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Políticos descontentes usam cautela para cumprir a “janela de infidelidade”

22 FEV 2016 • POR • 09h32
Em vigor desde a última quinta-feira (18), a “janela partidária, cuja PEC (Proposta de Emenda à Constituição) foi promulgada pelo vice-presidente do Congresso Nacional, Wladir Maranhão (PP-MA), deve ser marcada por algumas mudanças no cenário político local nos próximos dias. No entanto, muitos políticos descontentes ainda usam a cautela para trocar de partido em Mato Grosso do Sul.


A emenda abre um período de 30 dias após a promulgação da PEC para que políticos mudem de partido sem que haja punição por parte da Justiça Eleitoral e “sem prejuízo do mandato, não sendo essa desfiliação considerada para fins de distribuição dos recursos do Fundo Partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e televisão”.


Apesar da grande expectativa, o deputado estadual Marquinhos Trad ainda permanece nas fileiras do PMDB do ex-governador André Puccinelli, seu desafeto político.


Disposto a disputar a sucessão do prefeito Alcides Bernal (PP), Marquinhos alardeou o desejo de concorrer ao cargo pelo PSD do ministro Gilberto Kassab (Cidades), mas esbarra nas articulações do ex-prefeito Nelsinho Trad (PTB), de quem é irmão, que tem interesse em postular o cargo pela terceira vez. A divergência familiar, no entanto, é negada por ambos.


O deputado Márcio Fernandes (PTdoB) deve se abrigar no PMDB pensando igualmente nas eleições municipais de outubro, embora tenha pouca densidade eleitoral, segundo analistas.


Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, há casos em que alguns parlamentares e prefeitos abandonaram os partidos pelos quais foram eleitos antes mesmo da promulgação da lei.


Também interessada na prefeitura, a deputada estadual Mara Caseiro trocou o PTdoB pelo PMB (Partido da Mulher Brasileira).


O desejo de Mara Caseiro é disputar a prefeitura de Campo Grande, por isso mudou até de domicílio eleitoral, deixando a cidade de Eldorado, onde foi prefeita, para tentar a sorte na capital em 2016.


Ela justificou sua saída alegando falta de espaço, ou seja, dizendo que o comando regional do PTdoB fechou as portas para sua possível candidatura a prefeita.


Egresso no PDT, o seu colega Beto Pereira filiou-se ao PSDB a convite do governador Reinaldo Azambuja.
De olho nas prefeituras, alguns políticos afivelam as malas para embarcar em partidos rivais também no interior.
Em Dourados, a vereadora Délia Razuk trocou o PMDB pelo PR atendendo convite de Grazielle Machado.


Ela deseja concorrer à sucessão do prefeito Murilo Zauith (PSB), enfrentando o deputado federal Geraldo Resende (PMDB), o deputado estadual Barbosinha (PSB) e o ex-deputado federal Marçal Filho, que depois de anos militando no PMDB se abrigou no PSDB.