Policia

Detento é assassinado na Penitenciária Estadual de Dourados

15 FEV 2016 • POR • 09h55
Junio cumpria pena por homicídio e jogava baralho na cela, quando teve uma discussão. - Foto: Hedio Fazan
O detento Junio Rodrigues da Silva, de 29 anos, conhecido como ‘Junio manco’, foi assassinado a facadas na noite de sexta-feira (12) na Penitenciária Estadual de Dourados (PED). Ele foi morto com golpes de faca artesanal.


Segundo a polícia, Junio cumpria pena por homicídio e jogava baralho na cela, na companhia de outros três detentos, quando teve uma discussão.


A polícia agora tanta identificar quem seria o autor do assassinato, já que nenhum dos demais detentos quis assumir a autoria do crime.


Horas antes do crime foi descoberta tentativa de fuga em outra cela da PED. Três barras foram totalmente serradas. Segundo boletim de ocorrência, o plano de fuga era previsto para este fim de semana.


Conforme boletim de ocorrência, três barras de ferro da grade da cela 12, galeria Elas estavam totalmente serradas, com possível preparação para fuga, que ocorreria provavelmente neste final de semana.


Assumiram a autoria de serrar a grade os detentos Luiz Felipe, de 20 anos, Rene Junior, de 24 anos, Bruno, de 20 anos e Valdeci, de 44 anos.


O caso foi registrado na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac), como tentativa de dano qualificado ao patrimônio da União.

Superlotação


A superlotação é marca no sistema carcerário do País. O déficit chega a 200 mil vagas. Em Mato Grosso do Sul, até 2014, haviam um déficit de 6.5 mil vagas nos presídios. Em Dourados, a PED tem vagas para 700 presos mas abriga mais de 2 mil.


Com crise no sistema carcerário em que motins e ameaças de rebelião acontecem na maioria das 54 unidades prisionais, MS também tem um déficit de 9.5 mil agentes penitenciários. Os dados são do Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de MS (Sinsap). O número leva em conta estudo do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPC) que recomenda 1 agente para cada 5 detentos. Seguindo esta regra, o ideal seria que MS tivesse 10.6 mil agentes, o que garantiria para cada um dos quatro plantões diários 2.662 agentes para cuidar dos 13.5 mil presos no Estado por período. No entanto MS conta apenas com um total de 968 agentes de segurança e custódia; um total de 242 profissionais por plantão, o que totaliza uma média de 1 agente a cada 56 presos.