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André e Nelsinho tende a colocar fogo na sucessão na Capital

25 JAN 2016 • POR • 09h32
Ex-prefeito Nelsinho e ex-governador André Puccinelli podem Ter mesmo palanque. - Foto: Divulgação
A reaproximação entre o ex-governador André Puccinelli (PMDB) e o ex-prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad (PTB), tende a colocar fogo no processo sucessório na Capital, visto por analistas ainda como de indefinição devido a estratégia de silêncio adotada pela maioria das lideranças partidárias.


Eventual acordo em discussão entre os dois desafetos políticos indica que Nelsinho Trad, que trocou o PMDB pelo PTB alegando traição de correligionários na disputa para o governo de 2014, poderá vir a ser o candidato do grupo político comandado pelo ex-governador na disputa pela prefeitura da capital este ano.


Maior apoiador de Trad nas campanhas em que o hoje petebista se elegeu por duas vezes, no passado, gestor da Capital, André Puccinelli admitiu na sexta-feira (22) que, se depender dele, o seu ex-companheiro de legenda voltará a disputar a prefeitura com o apoio dos peemedebistas.


Bem colocado nas pesquisas internas feitas pelo grupo de André Puccinelli, Nelsinho Trad tem se articulado para disputar novamente a prefeitura e pediu apoio de sua antiga legenda para viabilizar o projeto.
O ex-governador deverá submeter ao diretório do PMDB da capital sua vontade de lançar a candidatura do ex-prefeito, bem como a ideia da aliança com o PTB nesse sentido.


“Nelsinho quer que o PMDB o apoie oficialmente, com casamento na igreja e tudo mais. Disse a ele que levarei essa proposta para o diretório porque minha preferência pessoal não pode prevalecer sobre a decisão partidária”, ressaltou Puccinelli, horas depois de se encontrar com Trad.


Principal articulador político do PMDB em Mato Grosso do Sul, o ex-governador contou que o maior empecilho para selar o acordo seria convencer outros peemedebistas a desistirem de ser candidatos. Como, por exemplo, o vereador Paulo Siufi, que há anos nutre a vontade de disputar a prefeitura da cidade pelo PMDB.


O possível acordo, inclusive, já teria sido sinalizado por uma das correntes peemedebistas. Mas àqueles que defendem candidatura própria à sucessão do prefeito Alcides Bernal (PP)


Se o projeto prosperar, o grupo do ex-governador deverá enfrentar nas eleições municipais de outubro, além de Bernal, o candidato a ser indicado pelo PSDB do governador Reinaldo Azambuja. Uma das opções no ninho tucano é o nome da vice-governadora Rose Modesto. O deputado federal Zeca do PT também tem interesse em entrar na disputa, a exemplo da deputada estadual Mara Caseiro (PMB). 

Ironia


Ao saber da movimentação de bastidores entre os adversários, o prefeito Alcides Bernal ironizou a tentativa de Nelsinho Trad de, através do ex-governador, se viabilizar para disputar as eleições municipais deste ano.


Bernal falou que o eleitor de Campo Grande não reelegeria Nelsinho Trad. Ele disse não duvidar que André
Puccinelli vá mesmo atuar para conseguir emplacar a candidatura de Nelsinho Trad, mesmo o ex-prefeito tendo migrado para o PTB. “Puccinelli e Nelsinho são amigos há 24 anos e fizeram muitas coisas juntos, muitas delas de caráter ilegal e, por isso, não duvido que venham se aliar para disputar o meu posto”, provocou.


O prefeito ressaltou que acredita que, em breve, a Justiça vai punir irregularidades atribuídas a André Puccinelli e Nelsinho Trad e o grupo político ao qual os dois pertencem.


Na eleição de 2012, Bernal conseguiu quebrar um ciclo de mais de duas décadas de poder do PMDB na Capital, ao vencer a eleição à prefeitura da cidade.


O progressista atribui ao grupo de André Puccinelli o esquema desvendado pelo Gaeco e que afastou Bernal por cerca de um ano e meio da prefeitura.