Variedades

Toda araruta tem seu dia de mingau

18 JAN 2016 • POR • 10h21
Benê Cantelli


Aararuta é uma erva cuja raiz tem fécula branca que é alimentícia. Considerada como um alimento de fácil digestão, a fécula da araruta é usada no preparo de mingaus, bolos e biscoitos. Por essas características, é indicada para idosos, crianças pequenas e pessoas com debilidade física ou doentes em recuperação.


Toda araruta tem seu dia de mingau, é um dito popular que quer dizer que tudo que sobe um dia desce ou um dia é da caça outro do caçador ou, ainda que hoje esteja mal, amanhã estará melhor.


É comum querermos dar uma conotação cultural, científica e estética aos ditos populares quando os transformamos em definições filosóficas, matemáticas e ou físicas, como estas:


Lei da causalidade, ação e reação ou a Lei do retorno, Lei da prova dos nove, e por ai vai. Nossos pensamentos podem levar a atitudes e essas são julgadas por outras pessoas pela Lei da Imutabilidade da vida. Contudo, nada mais verdadeiro e fácil de ser deglutido e entendido do que o próprio adágio popular. Vem da alma simples de quem o criou e da simplicidade de quem os divulga pela vida.


Certa feita, encontrei numa letra de Noel Rosa e Orestes Barbosa, escrita em 1932, o sentimento de alguém, aparentemente escorneado por uma companheira, esta expressão: “Desejas, sorrindo, que o teu perdão, humildemente eu vá pedir. Não peço. Espero ainda ver-te, entre lágrimas, bem mal. Meu bem, escuta: A araruta tem seu dia de mingau”!


A impressão que se tem, é que de qualquer forma o efeito bumerangue vai acontecer. Para o bem ou para o mal. Este mal é a única coisa que jamais deveremos desejar a alguém. Se fizermos isso, estaremos atravancando o julgamento de Deus. Deixemos por conta dele. No entanto, se quisermos sentir a resposta do que é fazer o bem, tenho uma frase que pode nos esclarecer: “Você pode conseguir qualquer coisa que queira na vida, se ajudar o suficiente outras pessoas a conseguirem o que elas querem”. ZigZiglar.


A verdade é que nunca devemos julgar os outros só porque os pecados deles são diferentes dos nossos, pois, algo que nunca aconteceu conosco antes, um dia acaba acontecendo. Na vida não há acaso e, muito menos, obra do destino. Plantamos e vamos colher. Toda vez que leio a passagem Bíblica de Zaqueu, fico pensando como é bom ter um dia de mingau como ele teve.


Um homem marcado como pecador e, pior, publicano, estes, detestados pelos judeus, rodeado de pessoas que se achavam santas e imaculadas, é convidado por Jesus para jantar em sua casa, enquanto sob a mira dos maledicentes, Jesus era condenado e mal falado, sob a murmuração de que ele se hospedava na casa de pecadores. Lucas 19.


Quanto luxo e riqueza estão sendo acumulado, às custas de dinheiro oriundo de corrupção, roubo, engano e tráfico. E, também, quanta gente vivendo as maiores dificuldades, sofrimentos, vexames, humilhações, por ações indevidas, de pessoas que lhes promoveram o mal. E, essas atitudes, esses fatos, podem se considerar bem antigos, pois, segundo a Bíblia, Caim matou seu irmão Abel, mesmo sendo este, um homem justo e amado por Deus. Todas as consequências desse ato, nós as conhecemos.


Não são poucas as vezes que nos perguntamos e, até, nos dirigimos a Deus, dizendo: Senhor por que tantos ímpios, homens injustos, pessoas que amargam a vida de tanta gente, que matam, que, sem a mínima decência, defloram e largam pela vida, meninas que não terão abrigo? Quantos que pelo amor ao dinheiro se fazem donos de heranças e promessas divinas, enganando e fazendo se passar por “ungidos” do Senhor?


Tive uma resposta, ao ler a segunda Carta de Pedro, no capitulo 2, verso 9: “O Senhor livra da tentação os piedosos, e reserva (ceva) os injustos para o dia do juízo, para serem castigados.”
Que nosso dia de mingau seja de benemerência divina.


Professor e campista. e-mail: bncantelli1@gmail.com