Policia

Operação da PF põe fim à contrabando

4 DEZ 2015 • POR Kelly Oliveira • 07h00
Uma associação criminosa desarticulada pela Polícia Federal na ação da Operação Trapos, deflagrada ontem, movimentava entre 30 e 40 toneladas de mercadorias por mês pela fronteira da Bolívia com o Brasil, via Corumbá. Nesta investigação, os criminosos sonegaram pelo menos R$ 800 mil, causando prejuízo aos cofres públicos.


Na manhã de ontem, durante coletiva de imprensa concedida pela Receita Federal, Polícia Federal e Ministério Público Federal na sede da PF em Corumbá, os delegados repassaram as informações.


O procurador da República, Yuri Corrêa da Luz, explicou que a operação deflagrada é o desdobramento de uma investigação que ainda não terminou. Ele disse que as buscas e apreensões vão produzir outras provas. “Materiais recolhidos nas casas podem ser objetos de novas investigações”, disse.


Antes da operação, foi realizada investigação preliminar pela Inspetoria da Receita Federal. Há dois anos, já haviam sido levantados alguns nomes suspeitos, inclusive de um servidor da Receita Federal que estaria facilitando o crime. Foi feito trabalhado de investigação pela Receita Federal que foi ampliado pela Polícia Federal, culminando na deflagração da Operação Trapos.


Segundo o delegado da Polícia Federal, Ricardo Rodrigues Gonçalves, coordenador da investigação, os compradores das mercadorias formaram uma espécie de consórcio. “Eles importavam as mercadorias clandestinamente da Bolívia para o Brasil e depositavam as mercadorias em um imóvel e depois eram transportadas até o Estado de São Paulo”, disse.


Em Birigui existia um grupo dessa associação criminosa. As mercadorias seriam revendidas em feiras no interior de São Paulo e na própria Capital, mas há também investigados em Campo Grande e Dourados que internalizaram mercadorias da Bolívia para o Brasil. Em São Paulo, até a manhã de ontem, haviam sido apreendidos entre 600 a 700 quilos de mercadorias.


Os 21 mandados de busca e apreensão foram todos cumpridos. Nesta quinta-feira, nos dois Estados, houve apreensão de armas, munições, mercadorias e documentos. Ainda de acordo com as investigações, foi constatado que um dos investigados que traziam mercadoria para o Brasil, sediado em Corumbá, introduziu de forma clandestina, 700 pássaros de origem peruana.