Variedades

Tempo

2 DEZ 2015 • POR • 08h35



Enquanto a criatura vive num corpo jovem, tem a atitude de uma criança que desconhece o valor do tempo. Geralmente gasto com aventuras, festas ruidosas, passeios e, naturalmente, com os estudos, o tempo é gasto desordenadamente. O jovem não dá muito valor ao tempo. Este passa célere. A pessoa descuidada gasta o tempo em futilidades, ou por outra, perde muito tempo da vida. Raras as pessoas que escapam a essa perda.

Chega a maturidade e, se a pessoa já possui educação, procura reajustar o tempo para atender todas as necessidades. Pouco a pouco, vai acelerando o ritmo de trabalho e não encontra tempo para realizar o anseio de “vencer na vida”, que no fundo é angariar fortuna, notoriedade, prestígio.

A semana fica curta para o que a pessoa deseja fazer. Reconhece que todos os serviços se repetem entra dia, sai dia, meses e anos como a natureza que sabiamente tem tempo de frio e de calor, de germinação e produção.

Inquieta-se e desdobra-se com o afã para enriquecer os minutos e, buscando energia a mais, fixa sempre o pensamento no futuro. Não vive o dia de hoje. Não fica conhecendo bem os filhos e nem lhes conhece os sonhos, as virtudes e os defeitos.

Correm os anos e chega o tempo de findar-se a vida. O homem é surpreendido pela morte do corpo sem ter tido tempo de recuperar os anos perdidos.

Nós que compreendemos a necessidade de adquirir luz, não devemos viver dessa maneira. Devemos procurar a luz do espírito. Aproveitar enquanto estamos na experiência terrena. Aprendemos com a Doutrina que essa é a finalidade de reencarnarmos.

Tempo, bem precioso distribuído igualmente para todos na eternidade. O modo de aproveitá-lo é que faz com que haja variedade na evolução. Espíritos nascidos no mesmo instante, depois de um tempo, atingem sintonias diferenciadas. Enquanto um está trabalhando em benefício dos sofredores, outro faz parte da coletividade dos sofredores, maldosos e obsessores que precisam da ajuda daqueles seus gêmeos que evoluíram.

Portanto, devemos estar sempre atentos, a cada segundo, em vigiar nossos pensamentos, nossas ações e atitudes para aproveitarmos cada átimo de nossa existência. É aborrecido? Talvez sim para alguns, mas todos, acostumando a vigiarem-se, acabarão por achar uma coisa natural e necessária. Todos os luminares assim o fazem.

*Médico. Escreve às quartas feiras no O Progresso.