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“Joelma” é encenado em Campo Grande

19 NOV 2015 • POR • 08h56
“Joelma” narra a surpreendente e emocionante vida de uma das primeiras transexuais da Bahia e do Brasil. - Foto: Alessandra Nohvaes
O espetáculo “Joelma” vai ser encenado no fim de semana no Teatro Aracy Balabanian em Campo Grande. Nesta quinta-feira, haverá uma apresentação especialmente para alunos de escolas estaduais. As outras sessões acontecem na sexta-feira, sábado e domingo.

Desde sua estreia em setembro de 2013, “Joelma” já realizou duas temporadas em Salvador, circulou pelas cidades baianas de Ipiaú, Alagoinhas, Morro de Chapéu e Santo Amaro e se apresentou em importantes festivais brasileiros na Bahia, Ceará, Mato Grosso do Sul e São Paulo.

“É gratificante ter a oportunidade de aproximar o público de Campo Grande, uma cidade tão pulsante culturalmente, e da experiência de vida dessa pessoa, e por conta dessa intimidade, gerar uma nova ótica sobre as questões de gênero no intuito de dissolver preconceitos e estimular afetos”, afirma o ator Fábio Vidal.

“Joelma” narra a surpreendente e emocionante vida de uma das primeiras transexuais da Bahia e do Brasil. Hoje com 70 anos, tem uma história que resguarda elementos relativos a questões de gênero e de religiosidade. Uma história de afirmação e reinvenção mesmo em frente a preconceitos e injustiças. O texto traz à tona a inadequação de uma mulher nascida num corpo de homem. Natural da cidade de Ipiaú, no interior da Bahia, o ainda então garoto Joel parte para São Paulo onde passa 30 anos, faz a sua cirurgia de resignação (troca de sexo), casa e volta a sua cidade natal com sua verdadeira cara e alma, acompanhada de seu marido. Como se não bastasse toda sua trajetória sofrida, um assassinato traz a narrativa um tom de drama policial.

A peça é fruto do curta-metragem homônimo e inspiração para o trabalho dirigido pelo autor e diretor Edson Bastos, com quem o performer, ator, diretor e autor Fábio Vidal divide a direção e autoria agora no teatro. A versão para os palcos dá espaço para inúmeras referências que não foram aprofundados pelo curta.

Acrescentam-se diálogos, histórias, personagens, questionamentos e informações que redimensionam o caráter mítico, religioso, filosófico e conceitual da obra cinematográfica.

O projeto também irá contar com performance pública, workshop de teatro, workshop de produção audiovisual e bate-papo com o público. O espetáculo tem classificação de 14 anos, duração aproximada de 80 minutos e conta com o apoio da Fundação Nacional de Artes (Funarte), por meio do Prêmio Myriam Muniz 2014 e da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS).

Os ingressos estão à venda a 10 (inteira) e R$ 5 (meia entrada) e podem ser adquiridos antecipadamente na Livraria Le Parole (rua Euclides da Cunha, 1126 – Jd. dos Estados) ou na bilheteria do Teatro Aracy Balabanian, uma hora antes do início do espetáculo. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (67) 3317-1795.