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Fundac abre exposição “Jardim das Delícias”

4 NOV 2015 • POR • 08h57
Telas da exposição “Jardim das Delícias” retratam o Brasil desde a interferência europeia até o processo da escravatura, através de imagens multicoloridas. - Foto: Divulgação
A Fundação Municipal de Cultura (Fundac) apresenta a exposição “Jardim das Delícias” do artista plástico GHVA. A abertura será amanhã, às 20h, na Galeria de Vidro da Plataforma Cultural. A exposição permanece até o dia 21 de novembro. A entrada é gratuita.

Telas retratando o Brasil desde a interferência europeia no descobrimento até o processo da escravatura, mesclando velho e novo mundo através de imagens multicoloridas integram o “Jardim das Delícias”, nova exposição do artista plástico GHVA.

Ele dedica-se às artes plásticas desde 1991. Artista autodidata, ele nasceu em Cacoal (RO) e na década de 2000 se mudou para Campo Grande. Iniciou suas pinturas se inspirando no universo indígena do Brasil, como forma de promover um resgate cultural por meio da arte.

As combinações de cores e colagens retratando a força e a beleza das comunidades indígenas e quilombolas no Brasil Colônia permeiam seu mais recente trabalho. Essa nova série de telas do artista também já chamou a atenção da antropóloga e historiadora Maria Barcelos, que pretende ajudá-lo a levar essa exposição até a Universidade de Santiago de Compostela, na Espanha, no próximo ano.

Segundo GHVA, as cerca de 20 telas que estarão expostas na Galeria de Vidro da Esplanada Ferroviária são resultado de muitas pesquisas feitas com base em leituras de obras a respeito da História do Brasil. “Pesquisei o Brasil desde a interferência européia até o trabalho escravo e, com base nesse leque amplo de informações, pintei quadros mostrando a exuberância de um país muitas vezes fantasiado pela imaginação humana, com aves exóticas, comidas e frutas coloridas. Criei uma tradução do que seria um jardim tropical, um paraíso perdido”, explica.

Nesta exposição, o público poderá conferir uma mistura de artes que reúne elementos acrílicos, de cerâmica portuguesa, ladrilhos nacionais, estamparias de tapeçarias, altares de igrejas, flores de cerâmica, de pratos de porcelana entre outros elementos. “Tudo isso para mostrar o país tropical por meio de retratos de época abordando costumes, cenas de caça, cenas do cotidiano e projetando muito do que vi em Rondônia e do que vejo em Mato Grosso do Sul”, destaca o artista.

Ghva conta que sua trilha no caminho das artes plásticas é marcada por diversas exposições em locais como TV Educativa, Fórum de Campo Grande, Uniderp, Unimed, entre outros. Suas pinturas também já puderam ser conferidas em exposições em Trancoso, distrito do município de Porto Seguro (BA), Porto Velho e Cacoal (RO) e, ainda, num salão de artes na Itália, cujo tema foi “Água – Reflexos e Reflexão”.

O tema dessa nova exposição de GHVA pretende ser trabalhado por ele em mais telas durante os próximos dez anos. “Essa miscigenação do Brasil é muito interessante e possui muitas referências de proximidade com o público. Espero que as pessoas absorvam um pouco dessa nova fase. Minha meta agora é cada vez mais me aprofundar nessa temática. É uma série icônica”, arremata o artista plástico que, durante o processo de pintura de suas telas, costuma ouvir muita música.