Política

Bancada do PSDB pode entrar em crise

16 MAR 2011 • POR • 20h04
Willams Araújo

Campo Grande - Manobra articulada nos bastidores pelos deputados estaduais Professor Rinaldo e Dione Hashioka abriu um princípio de crise e pode provocar um racha na bancada do PSDB na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. A acusação foi feita ontem pelo deputado Onevan de Matos ao se sentir preterido durante o processo de escolha para ocupar cargo na Mesa Diretora e na indicação do líder da bancada tucana na Casa.

Em entrevista à imprensa, Onevan detalhou que como resultado da manobra Dione foi indicada para a segunda-secretaria e Rinaldo para exercer a função de líder do partido no Legislativo, mesmo tendo tomado posse recentemente em substituição a Carlos Marun (PMDB), nomeado secretário de Habitação e Cidades do Estado.

Indignado, Onevan alega ter sido traído pelos seus correligionários, uma vez que o partido, coincidentemente, “esperou” a posse de Rinaldo para privilegiá-lo como líder da bancada. “O Rinaldo falou que precisava de um pouco mais de dinheiro”, disparou o tucano, referindo-se ao fato de o líder de bancada ter acréscimo de 6% (R$ 4 mil) em seu subsídio, que hoje é de R$ 20 mil.

Onevan explicou que, no começo do ano, comunicou ao presidente regional do PSDB, deputado federal Reinaldo Azambuja, sobre sua decisão de ser candidato a primeira-secretaria, cargo mais importante da Assembleia depois da presidência.

Segundo ele, o anúncio foi feito em uma reunião que contou ainda com a participação de Dione, Rinaldo e Márcio Monteiro. No entanto, Dione, conforme o deputado, teria articulado nos bastidores com outro grupo para ser a segunda vice-presidente da Mesa Diretora, o que acabou ocorrendo.

Ontem foi o último dia para os partidos indicarem nomes para compor as 13 comissões permanentes da Assembleia e o PSDB indicou representantes para todas. Onevan garantiu que ainda tentou que a liderança fosse feita em sistema de rodízio, ou seja, a cada ano o líder fosse substituído por um companheiro de bancada.


Apesar disso, o deputado não sinalizou o interesse de abandonar os quadros da legenda na qual se abrigou depois que a cúpula regional do PDT ameaçou expulsá-lo juntamente com o ex-deputado estadual Ary Rigo, atualmente licenciado do PSDB.

O que motivou a saída dos dois parlamentares do PDT foi um confronto interno pelo controle da legenda com o ex-deputado federal Dagoberto Nogueira, hoje presidente da comissão regional provisória, que levou a melhor devido sua ligação com o ministro Carlos Lupi (Trabalho), presidente licenciado do partido.

#####PANOS QUENTES

Questionado sobre as acusações de seu companheiro de bancada, Rinaldo negou ter participado de qualquer tipo de acordo para prejudicar o colega. “Não há racha”, limitou-se a dizer o líder da bancada tucana, lembrando que ainda era suplente ao longo das negociações partidárias para a composição da Mesa Diretora.