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Polícia começa a ouvir familiares dos dois mortos no Aglomerado da Serra

22 FEV 2011 • POR • 15h55
Familiares de Jéferson Coelho da Silva, 17, e Renilson Veriano da Silva, 39 - os dois assassinados no Aglomerado da Serra, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, no sábado (19) - prestam depoimento à Polícia Civil nesta terça-feira (22) no Departamento de Investigações. De acordo com a assessoria da Polícia Civil, vão ser ouvidos o pai, um irmão e um tio de Jéferson. O Ministério Público Estadual acompanha a investigação do caso, para qual Polícia Militar e moradores apresentaram versões conflitantes.

Testemunhas dentro da comunidade alegam que os dois não tinham qualquer envolvimento com atividades criminosas e foram executados por policiais militares. Uma mulher ouvida pela TV Globo e que não quis se identificar contou que presenciou as duas vítimas sendo mortas pelos policiais. Já de acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Militar, as vítimas foram atingidas durante um confronto dos militares com um grupo de mais de 10 pessoas. Segundo o tenente-coronel Alberto Luiz, esse grupo teria atirado contra os militares, que faziam um patrulhamento de rotina no aglomerado, e até agora nenhum suspeito foi identificado ou preso. Quatro militares que faziam o patrulhamento no sábado (19) foram afastados do trabalho nas ruas e vão atuar em atividades administrativas.

Os depoimentos desta terça-feira (22) são os primeiros do inquérito que apura as duas mortes no Aglomerado na Serra, de acordo com a assessoria da Polícia Civil. As investigações são presididas pelo delegado Fernando Miranda, da Delegacia de Homicídios Regional-Sul. A investigação da Polícia Civil é realizada paralelamente a um Inquérito Policial Militar também aberto para apurar as duas mortes ocorridas no último sábado (19) .

#####Denúncias contra policiais
O ouvidor-geral da Polícia de Minas Gerais, Paulo Vaz Alkmin, confirmou nesta terça-feira (22) em visita ao Aglomerado da Serra, na Região Centro-Sul do estado, que foram recebidas denúncias contra policiais na comunidade. Ainda de acordo com Alkmin, foram recebidas quatro denúncias em 2010 e uma neste domingo (20).

“Todas as denúncias são por desvio de conduta e má abordagem policial. Não existem milícias. Para se considerar uma milícia é preciso ter uma base fixa no local controlando o comércio. Um morador me ligou no domingo com apelidos dos policiais que estariam envolvidos. Já repassamos estas denúncias para o corregedor”, disse. O líder do \"Movimento Paz na Serra\", Alexandre Ribeiro, disse ao G1 que não existe a atuação de milícias no aglomerado. O ouvidor, deputados e vereadores estiveram nesta terça-feira (22) no Aglomerado da Serra para ouvir a população sobre reclamações contra policiais.

(G1)