Seis homens e uma mulher compõem júri de morte de cacique
21 FEV 2011 • POR • 15h15O júri ocorre em São Paulo, no Fórum Federal Criminal. O caso será julgado pela juíza federal Paula Mantovani Avelino, da 1ª Vara Federal Criminal. A expectativa, de acordo com a Justiça, é que o julgamento dure entre oito e 15 dias, devido ao grande número de testemunhas a serem ouvidas.
Depois da escolha dos jurados, deveriam ser ouvidos indígenas que, como o cacique, teriam sido atacados pelos acusados. Até as 13h15, no entanto, as testemunhas não haviam chegado ao Fórum. Devido ao atraso das testemunhas, a juíza optou por fazer a leitura das peças. As vítimas devem ser ouvidas na terça-feira (22).
No decorrer do processo, o júri foi transferido de Mato Grosso do Sul, onde ocorreu o crime, para São Paulo a pedido do Ministério Público Federal, que alega que naquele estado não há condições de isenção suficientes para garantir um julgamento imparcial. Além disso, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) determinou que o júri ocorra em São Paulo para evitar que a decisão sofra influência social e econômica dos supostos envolvidos no crime.
Em 2010, o julgamento chegou a ser suspenso por duas vezes. No primeiro julgamento, marcado inicialmente para o dia 12 de abril, o adiamento ocorreu porque a defesa dos réus apresentou atestado médico. O segundo adiamento ocorreu em maio, por conta da impugnação do tradutor designado para atuar na sessão. O Ministério Público abandonou o julgamento e ele foi suspenso.
#####A morte do cacique
O cacique foi morto em um acampamento indígena de Juti, em Mato Grosso do Sul, quando tinha 72 anos. Na ocasião, quatro homens armados ameaçaram, espancaram e atiraram em líderes indígenas no local. O cacique foi levado para o hospital com traumatismo craniano, mas não resistiu e morreu.
De acordo com a Justiça Federal de Primeiro Grau em São Paulo, dois homens respondem por tentativa de homicídio qualificado, por seis vezes, e o terceiro acusado responde também por homicídio consumado (por motivo torpe e meio cruel). Eles respondem ainda pelos crimes de tortura, sequestro e formação de quadrilha. Um quarto acusado, que está foragido, teve seu processo desmembrado e suspenso.
(G1)