Variedades

China aposta no carro 'italinês' para mudar imagem no mercado

21 FEV 2011 • POR • 14h10
Depois que \'invadirem\' o mercado de veículos, as montadoras chinesas agora têm o desafio de melhorar a imagem de seus carros. Para deixar para trás o rótulo de produto barato, mas com acabamento e a qualidade de peças questionáveis, a tática dos asiáticos é oferecer mais por menos -além de preços inferiores aos da concorrência, mais itens de série - e investir em um design mais global. Para isso, algumas marcas recorrem à tradição italiana. O resultado dessa parceria é o \'italinês\': carro baseado no consagrado design europeu, mas com detalhes bem orientais.

“Para serem aceitos inicialmente nesse mercado global, os chineses não podem nem exagerar na dose, nem pecar pela falta de atrativos, por isso o design italiano cai como uma luva, aliando a elegância e sensualidade dos países ocidentais, com sutis inserções de aspectos da cultura estética chinesa”, afirma o professor Carlos Armando Castilho, do curso de Extensão em Design da Mobilidade da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap).

Como já fizeram outras montadoras europeias e até americanas, as chinesas têm delegado a assinatura de vários de seus modelos aos mais renomados estúdios de design, como Pininfarina, Bertone e Torino, que viraram referência por desenhar as formas das marcas mais cobiçadas do mundo, entre elas Ferrari, Maserati e Lamborghini.

“Desde a antiguidade, os italianos cultuam o belo e buscam a perfeição da forma e da função. Por isso, sempre foram e continuam sendo os melhores quando o assunto é design de automóvel”, diz o professor de Engenharia Mecânica da FEI, Ricardo Bock. “É muito difícil produzir um carro que agrade a todos os mercados e uma saída clássica é apelar para o design italiano, que tem traços mais harmônicos.”