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Petroleiro grego que rumava para os EUA é sequestrado

9 FEV 2011 • POR • 17h35
O petroleiro Irene SL em foto de arquivo - Foto: Reuters
Piratas armados sequestraram ao largo de Omã um navio petroleiro que estava a caminho dos EUA, levando cerca de US$ 200 milhões em óleo cru.

O incidente ocorreu nesta quarta-feira (9) e é um dos maiores sequestros cometidos na região até agora, intensificando a ameaça a corredores marítimos cruciais.

O petroleiro Irene SL tem 333 metros e é considerado de grande porte. Transportava cerca de 2 milhões de barris de óleo cru, cerca de 20% das importações diárias de óleo cru dos EUA, e foi abordado um dia depois de um petroleiro italiano ter sido sequestrado por piratas somalis.

\'A embarcação foi atacada por homens armados esta manhã\', disse em comunicado à imprensa a administradora do petroleiro, a Enesel, sediada na Grécia. \'Por enquanto não houve comunicação com o navio.\'

A comandante Susie Thomson, porta-voz das Forças Marítimas Conjuntas, de vários países que combatem a pirataria na região, disse que o navio foi sequestrado a 220 milhas náuticas ao largo de Omã e que o ataque provavelmente foi cometido por piratas somalis.

\'Só podemos especular para onde o navio está sendo levado\', disse ela.

Associações da indústria de transportes marítimos avisam que mais de 40% do óleo transportado por mar em todo o mundo, que passa pelo Golfo de Áden e o Mar Arábico, corre risco de ataque por parte de piratas somalis bem equipados, que estão conseguindo operar ainda mais longe da costa e por períodos mais longos, usando navios de base.

Na terça-feira, piratas disparando armas e granadas impelidas por foguetes sequestraram um petroleiro italiano no Oceano Índico e desviaram a embarcação de dimensões médias para a Somália.

Joe Angelo, diretor gerente da associação Intertanko, cujos membros são proprietários da maior parte da frota mundial de petroleiros, disse que o sequestro do Irene SL assinala \'uma mudança significativa no impacto da crise da pirataria no Oceano Índico\'.

Angelo afirmou que o carregamento de petróleo cru do Kuweit levado pelo Irene SL representava quase 20% das importações totais diárias do produto pelos Estados Unidos.

\'O problema da pirataria está saindo de controle e atingindo o Oceano Índico inteiro\', disse ele à Reuters.

\'Se a pirataria no Oceano Índico for deixada como está, essas vias cruciais de transporte marítimo serão estranguladas, prejudicando gravemente o fluxo de óleo para os EUA e o restante do mundo.\'

Quadrilhas de piratas marítimos vêm ganhando dezenas de milhões de dólares com resgates, e, apesar de esforços bem-sucedidos de reprimir ataques no Golfo de Áden, as marinhas internacionais vêm tendo dificuldades em conter a pirataria no Oceano Índico por causa das distâncias enormes envolvidas.

No ano passado piratas obtiveram o valor recorde de US$ 9,5 milhões de dólares em troca da soltura do petroleiro sul-coreano Samho Dream.

(G1)