Saúde

Pesquisador da UEMS avança contra o câncer

4 FEV 2011 • POR • 14h40
Sandro Minguzzi, professor de Química UEMS em Naviraí - Foto : Divulgação
NAVIRAI - O pesquisador Sandro Minguzzi, professor de Química da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) em Naviraí, juntamente com Geoffrey Cordell, da Universidade de Illinois (EUA), apresentou dados animadores para aqueles que acompanham os avanços científicos no combate ao câncer.

A partir de produtos naturais isolados da planta Marianeira ou Fruta do Sabiá, típica da Mata Atlântica, os pesquisadores desenvolveram substâncias eficientes na eliminação de diversos tipos de células cancerosas. \"As substâncias que obtivemos têm potencial para atuar em diversos de tipos de câncer, como o de pulmão, mama e próstata\", afirma Minguzzi.

Ele explica que, para ser considerada ativa, as substâncias precisam apresentar uma Dose Efetiva de Letalidade (ED50) entre 0,1 a 1 g/mL. Os resultados mais significativos foram obtidos em células de câncer de pulmão, com duas substâncias com ED50 de 0,63 e 0,25 g/mL, com valores próximos ao produto comercialmente utilizado no tratamento do câncer, a Camptotecina que tem o ED50 de 0,01 g/mL.

O pesquisador esclarece que a pesquisa apresentou somente dados preliminares que não devem gerar euforia naqueles que sonham com a cura do câncer. Minguzzi, porém, vê com otimismo o desenvolvimento científico nesta área e vê na biodiversidade brasileira a maior fonte de esperança. \"Existe uma estimativa de que existem pelo menos 55 mil espécies de plantas no Brasil, destas, menos de 1% foram estudadas quimicamente. Por isso acredito que há uma boa perspectiva, já que nossa biodiversidade pode gerar uma série de compostos que podem ser úteis na luta contra o câncer\", diz.

A partir da pesquisa de Minguzzi, foram feitos contatos com a Universidade do Hawaii (EUA), onde o prof. Dr. John M. Pezzuto iniciou parceria com os pesquisadores de Química da UEMS de Naviraí, na realização de testes de atividade anticâncer. No final de 2010 foram enviadas 12 amostras para testes, entre sintéticas e naturais, todas obtidas a partir de plantas do Mato Grosso do Sul, os resultados devem ser divulgados em breve.