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Montadoras apostam no termo 'premium' contra rivais importados

3 FEV 2011 • POR • 17h10
New Fiesta é chamado de \'premium\' da Ford no Brasil - Foto: Divulgação
A expressão \"premium\" virou moda no mercado brasileiro de automóveis para classificar os modelos mais completos dentro de uma categoria. O objetivo é chamar a atenção do consumidor que pode pagar mais para um modelo rico em acessórios e itens de conforto -não, necessariamente, premium \"de verdade\". O termo é emprestado do segmento de carros de luxo, liderado por marcas como como BMW, Audi, Porsche.

A estratégia adotada pelas grandes montadoras serve para reposicionar modelos fabricados no país para concorrer com os importados da mesma categoria, explica o diretor superintendente da consultoria Jato Dynamics Brasil, Luiz Carlos Augusto. “A ideia é de que o consumidor compre esse carro porque quer um modelo completo. Ele vai comparar com os importados, e aí entra a força da marca. Então ele pensa, ‘meu carro premium é tão completo quando um importado’.”

A prática é confirmada pelas fabricantes. Quando a Ford lançou no país o sedã New Fiesta, em julho do ano passado, utilizou a palavra “premium” para defini-lo. Por trás do jargão estava a nova estratégia para seduzir clientes com poder aquisitivo maior. Por isso, a nova geração do modelo foi colocada em um segmento acima do “velho” Fiesta, que continuou a ser fabricado em Camaçari, na Bahia.

“É importante entender que o que define ser ‘premium’ não é só preço, mas sim o tipo de mensagem que o produto quer passar. Isso inclui o nível de acabamento e o pacote de tecnologia que o cliente compra”, diz o gerente de comunicação em marketing da Ford do Brasil, Maurício Greco. De julho a dezembro de 2010, a montadora contabiliza 4.653 unidades vendidas do modelo. Agora, a Ford prepara a chegada da versão hatch do New Fiesta.

De acordo com Colossi, a estratégia da GM é continuar a trazer produtos como o Camaro, Malibu e Omega, sem tirar o foco da marca Chevrolet, para se fortalecer no segmento de luxo ou premium. “Não pretendemos trazer outra marca para o mercado brasileiro como Opel ou Cadillac”, diz o executivo.

Lançado em outubro do ano passado, o Camaro encerrou 2010 com 569 unidades vendidas. A estimativa inicial da marca era comercializar 50 unidades por mês e em apenas três meses a fabricante já atingiu a meta esperada para o primeiro ano de vendas no país. A GM do Brasil afirma ainda que há uma fila de espera de 825 pedidos pelo muscle car.

Questionado sobre a possível venda do Mustang no país, concorrente direto do Camaro, Greco, da Ford, ressalta que a companhia sempre faz estudos de mercado, mas não chegou ainda a uma conclusão sobre o assunto. Porém, com a atual fama do mercado brasileiro, não seria nenhuma surpresa se o ícone da Ford desembarcasse no país.

(G1)