Cidades

Dourados: Remédios vencidos não foram comprados

3 FEV 2011 • POR • 07h00
David Vieira explica a origem dos medicamentos que perderam o prazo de validade - Foto: Divulgação
DOURADOS – Os medicamentos que perderam a validade e serão devolvidos pela Secretaria Municipal de Saúde de Dourados não custaram um único centavo aos cofres públicos municipais. “O ideal é que não se perdesse nenhum real, mas esses remédios foram doados em quantidade excessiva pelo governo do Estado e pela União, muitos com o prazo de validade próximos do vencimento e a maioria não é muito indicada pelos médicos da rede pública de saúde”, explicou ontem o secretário municipal de Saúde, David Vieira. “Também não podemos negar que faltou planejamento e controle, mesmo porque parte desses remédios poderia ter sido substituída antes do vencimento”, conclui o médico.

Ele explica que as doações foram feitas pelo governo do Estado e Ministério da Saúde ainda nos primeiros meses do mandato do ex-prefeito Ari Artuzi. “Estão tratando essa notícia de forma tendenciosa, passando para a população, o resto do Estado e até para todo Brasil a sensação que os remédios estão se perdendo enquanto faltam nas farmácias básicas do município, o que não é verdade”, salienta o secretário.

“Ninguém informou, por exemplo, que os remédios que perderam a validade nunca faltaram nos postos de saúde, ou seja, o paciente não ficou sem o medicamento enquanto ele estava estocado, pelo contrário, o que ocorreu foi uma demanda menor que o volume estocado”, enfatiza David Vieira.


Outro ponto que o secretário municipal de Saúde aborda diz respeito à disparidade entre a quantidade de unidades que serão devolvidas aos organismos que fizeram a doação e o valor de mercado desses medicamentos. “Todos falam em mais de 300 mil doses, mas isto não significa que são R$ 300 mil em remédios vencidos, pelo contrário, como cada cartela, por exemplo, tem entre 20 e 30 comprimidos, são 20 ou 30 unidades e os frascos de remédio também contam como unidade cada medida que o paciente recebe”, explica.

De acordo com David Vieira, no total as 300 mil unidades estão avaliadas em cerca de R$ 20 mil. “Mesmo assim, é importante ressaltar que o município não comprou esses medicamentos que, repito, foram doados”, argumenta. “O ideal é que não houvesse desperdício, mas a falta de planejamento dos gestores passados fez com que isso ocorresse e ganhasse essa proporção exagerada”, conclui o secretário de Saúde.

#####AVANÇOS

O secretário explicou ainda que essa questão dos medicamentos com prazo de validade vencido só veio à tona porque a prefeita Délia Razuk (PMDB) determinou transparência total na gestão da coisa pública. “A população precisa saber o que estava ocorrendo não apenas na Secretaria Municipal de Saúde, mas em toda prefeitura, portanto, tão importante quanto mostrar que remédios estavam se perdendo por falta de planejamento é deixar claro os avanços que ocorreram nesses três meses”, enfatiza o secretário.

Ele aponta como exemplos desses avanços a repactuação do contrato com o Hospital Evangélico (HE), que garantiu a melhoria do atendimento à população e a oferta de especialidades médicas por um preço menor; a transferência do Hospital da Mulher para o Hospital Universitário de Dourados, atendendo determinação do Ministério Público Estadual; a normalização dos programas de saúde mental e a oferta de medicamentos para pacientes dessa área; a recuperação dos postos de saúde, com investimentos em materiais de trabalho e medicamentos para atender a população.

A ordem agora é manter os trabalhos em ordem para facilitar a transição com o prefeito que será eleito no dia 6 de fevereiro. “Fizemos muito em três meses e vamos continuar trabalhando para entregar ao novo prefeito uma Secretaria Municipal de Saúde pronta para continuar atendendo as necessidades dos douradenses e dos pacientes da região que buscam atendimento em Dourados”, finaliza David Vieira.