
Um novo estudo demonstrou que o vento também pode transportar partículas indetectáveis de plástico a grandes distâncias e de uma forma muito mais rápida do que a água.
Na atmosfera, as micro e nano partículas de plástico podem ser projetadas pelo movimento do ar desde seu ponto de origem até os cantos mais remotos do planeta em poucos dias.
Questões e dados
Essa trajetória envolvendo o oceano é considerada um desafio crescente. Os riscos são para a saúde humana, marinha e dos ecossistemas. Mas várias questões foram levantadas na pesquisa requerendo mais observações e troca de dados.
As partículas minúsculas já foram detectadas em cursos d'água, no solo e no ar. O movimento dos fragmentos acontece em correntes de mares e rios. Mas as minúsculas, ou nano, chegaram até as profundezas do Ártico ou Antártico segundo a Organização Meteorológica Mundial, OMM.
A agência da ONU apoiou um evento que analisou a pesquisa publicada na revista Nature Reviews Earth and Environment.
Nela, os especialistas detalharam como os micro plásticos chegam à atmosfera e como são posteriormente transportados. A recomendação é que um plano global estabeleça um banco de dados sobre o fluxo entre o oceano e a atmosfera que pode ser partilhado e atualizado.
Mar e atmosfera
A OMM apoia o Grupo Conjunto de Peritos sobre os Aspectos Científicos da Proteção do Meio Ambiente Marinho, como parte de 10 entidades da ONU que promovem uma maior compreensão do ambiente marinho.
Os oceanos são destino de até 25 milhões de toneladas métricas de micro e nano plásticos por ano que são transportados na atmosfera marinha e depositados nos mares.
Oceano
Os pontos que precisam ser explicados nos fluxos marinho-atmosféricos têm a ver com limitações dos dados e a falta de comparação de estudos.
O poder de penetração de micro e nano plásticos em regiões longínquas e isoladas do planeta afeta o clima da superfície e a saúde dos ecossistemas locais.
Partículas mais escuras infiltradas na neve e no gelo reduzem o gelo-albedo, baixando a capacidade de reflexão de luz solar e promovendo o derretimento.
Já na água do mar, esses fragmentos absorvem mais energia solar, aquecendo ainda mais o oceano.
As micropartículas de plástico na atmosfera intervêm em núcleos de condensação do vapor de água interferindo na formação de nuvens e, a longo prazo, no clima.
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