O laboratório CureVac, da Alemanha, anunciou nesta quarta-feira (16) que seu principal projeto de vacina contra a Covid-19 demonstrou uma eficácia de 47% contra casos da doença em qualquer gravidade, segundo uma análise provisória do teste clínico em grande escala.
Em nota, o laboratório reconheceu que a vacina da CureVac "não atende critérios estatísticos de êxito". No entanto, ela mostrou bons níveis de segurança. A análise envolveu cerca de 40 mil participantes na América Latina e na Europa.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem sugerido um piso de 50% de eficácia para que as vacinas contra a Covid-19 sejam adotadas. É o caso de todos os imunizantes com autorização de uso emergencial no Brasil e aplicados no país atualmente: Coronavac, AstraZeneca e Pfizer/BioNTech.
Segundo os responsáveis pelo estudo, a maioria dos casos de Covid-19 verificados em voluntários que receberam as duas doses da possível vacina (e não um placebo) foram causados por variantes de preocupação do coronavírus SARS-CoV-2.
"Esse ambiente rico em variantes mostra a importância de desenvolver uma nova geração de vacinas, uma vez que novas variações do vírus continuam a surgir", alerta o executivo-chefe da CureVac, Franz-Werner Haas.
Ainda de acordo com comunicado, a CureVac seguirá com as pesquisas em frente junto à farmacêutica GSK em busca de uma vacina de segunda geração, a ser introduzida nos esquemas vacinais contra a Covid no ano que vem.
Vacinas de mRNA
O projeto de vacina da CureVac usava a tecnologia de RNA mensageiro (mRNA), semelhante às produzidas pelos laboratórios Pfizer/BioNTech e Moderna. Vale ressaltar, porém, que esses dois imunizantes demonstraram alta eficácia contra a Covid-19 e têm ajudado a debelar a pandemia em países como Israel, Estados Unidos e Reino Unido.