
Em questão de segundos, grandes áreas do campo de Jenin, na Cisjordânia, foram completamente destruídas em uma série de detonações controladas pelas Forças de Segurança de Israel, ISF, neste domingo.
A Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, emitiu um comunicado revelando que não recebeu nenhum aviso prévio das operações, já que o contato entre seus funcionários e autoridades israelenses não é mais permitido desde que Israel proibiu a atuação da entidade, em 30 de janeiro.
Operações prolongadas em Jenin
A Unrwa diz que essa situação está colocando os civis em risco.
Além disso, para a agência “as cenas chocantes deste domingo na Cisjordânia minam o frágil cessar-fogo alcançado em Gaza e criam o risco de uma nova escalada”.
Desde o início de dezembro de 2024, o campo de Jenin e as áreas ao redor têm sido alvo de operações prolongadas por parte das ISF e das Forças de Segurança Palestinas.
Durante esse período, o acesso humanitário ao campo foi dificultado. Milhares de moradores foram deslocados do acampamento e não tem agora para onde voltar.
Três pessoas caminham pelas ruas de Jenin, na Cisjordânia - Foto: Wahaj Bani Moufleh
Cidade fantasma
Em 21 de janeiro, as forças israelenses lançaram uma nova operação em grande escala no campo de Jenin e no norte da Cisjordânia que mataram 16 palestinos e deixaram 60 feridos, até a sexta-feira.
O comunicado ressalta que após quase dois meses de violência “incessante e crescente”, o local se tornou uma “cidade fantasma”.
A Unrwa lembra que esta segunda-feira seria a volta às aulas para milhares de crianças, mas 13 escolas no norte da Cisjordânia seguem fechadas.
Alegações sobre Centro de Saúde
Em 31 de janeiro, um porta-voz das Forças de Defesa de Israel alegou que as instalações da Unrwa na Cisjordânia constituem "centros terroristas", se referindo ao Centro de Saúde do Campo de Jenin.
A agência refutou com veemência a alegação, informando que não tem o controle total da instalação desde pelo menos 17 de dezembro, informação que havia sido repassada para as autoridades de Israel.
A Unrwa condenou publicamente a ocupação do Centro de Saúde por grupos armados palestinos em 20 de dezembro e pediu que eles desocupassem as instalações.
Segundo a agência, as armas retratadas no vídeo das Forças de Segurança Israelenses filmado dentro do Centro de Saúde são munições abandonadas associadas a esses grupos palestinos.
A Unrwa não conseguiu remover com segurança esse material devido aos violentos confrontos em andamento no campo de Jenin.
Ações em andamento em Gaza
Já em Gaza, a Unrwa conseguiu reestabelecer o serviço de bombeamento de água potável no campo de Jabalia, que parou de funcionar quando o local foi alvo de um cerco militar israelense, iniciado em outubro passado.
Além disso, desde o início do cessar-fogo em janeiro, a agência já alcançou 750 mil pessoas com alimentos e entregou mais de 370 carregamentos de material médico para unidades de saúde.
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