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Unrwa quer ação do Conselho de Segurança contra proibições para atuar em Gaza

Comissário da agência fala de implicações de leis aprovadas no Parlamento de Israel e prestes a entrar em vigor;Philippe Lazzarini argumenta que serviços na área de conflito são essenciais para sucesso do cessar-fogo

20 Jan 2025 - 21h45Por ONU News
Lazzarini saudou o acordo de cessar-fogo em Gaza - Crédito: ONU/Mark Garten Lazzarini saudou o acordo de cessar-fogo em Gaza - Crédito: ONU/Mark Garten

Uma sessão fechada do Conselho de Segurança abordou a situação da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa.

O comissário-geral, Philippe Lazzarini, frisou as preocupações da agência com a iminência da entrada em vigor de duas leis aprovadas pelo Parlamento israelense, Knesset.

Aumento urgente no suporte financeiro

Para o chefe da Unrwa, além de ser um momento de grande risco para a agência após doadores cortarem seu apoio, deve haver um “aumento urgente no suporte financeiro, bem como no seu desembolso”.

Lazzarini pediu ao Conselho que impeça a implementação da legislação do Knesset porque os serviços da Unrwa são essenciais para o sucesso do cessar-fogo.

Gaza concentra 650 mil crianças vivendo nos escombrosGaza concentra 650 mil crianças vivendo nos escombros - Foto: © Unrwa

Ele solicitou ainda que se insista num rumo político que claramente descreva o papel do Unrwa como provedor de serviços essenciais, especialmente em saúde e educação.

Finalmente, o comissário defendeu que seja garantido que a crise financeira não acabe subitamente com o trabalho essencial da agência.

Acesso humanitário rápido, desimpedido e ininterrupto

Lazzarini saudou o acordo de cessar-fogo ecoando o desejo do secretário-geral de assegurar a implementação do entendimento. 

Ele disse que é preciso um acesso humanitário rápido, desimpedido e ininterrupto para responder ao “tremendo sofrimento em Gaza”, sendo que um cessar-fogo é apenas um “ponto de partida”. 

Para o comissário, é essencial que tentativas de desmantelar a agência não sejam agravadas pela instabilidade financeira na área, onde pelo menos 269 funcionários da Unrwa foram mortos devido à guerra. 

Philippe Lazzarini vê a medida como “caótica” porque prejudicará de forma irreversível as vidas e o futuro dos palestinos e destruirá sua confiança na comunidade internacional e em qualquer solução que ela tente facilitar.

Mais de 650 mil crianças vivem em escombros da guerra 

Além de realizar até 17 mil consultas médicas por dia, o representante ressaltou o papel da agência como o segundo maior provedor de saúde na Cisjordânia, que acolhe refugiados palestinos. Philippe Lazzarini apontou os serviços de saúde e a experiência da Unrwa como essenciais para construir um forte sistema nacional.

Já na área de educação, ele destacou que Gaza concentra 650 mil crianças vivendo nos escombros.

Moradores de Gaza comemoram o anúncio de um acordo de cessar-fogoMoradores de Gaza comemoram o anúncio de um acordo de cessar-fogo - Foto: © Unrwa

Agências de notícias informaram que uma parte da legislação israelense proíbe as autoridades de ter contato com a Unrwa ou qualquer pessoa agindo em seu nome.

Vistos de trabalho suspensos e outros limites 

A outra defende que a agência da ONU “não deve operar nenhum escritório de representação, fornecer quaisquer serviços ou realizar quaisquer atividades, direta ou indiretamente, dentro do território soberano do Estado de Israel”.

Em várias ocasiões, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, alertou que, se as leis forem executadas, impediriam a Unrwa de cumprir seu mandato no Território Palestino com efeitos arrasadores para os refugiados.

Lazzarini vê implicações previstas na implementação das duas leis adotadas pelo Knesset ao proibirem qualquer contato com a Unrwa destacando que “efetivamente acabariam” com a movimentação segura em Gaza.

As medidas impediriam a obtenção de vistos de trabalho para funcionários internacionais nesses territórios, limitando a oferta de assistência e os serviços em um ambiente onde eles já enfrentam um “risco pessoal considerável”. 

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