
Após tentativas frustradas de acordo, o Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon) – que representa as empresas – entrou na justiça na terça-feira (22) pedindo que seja reconhecida a ilegalidade da greve e solicitando o retorno imediato ao trabalho. Na quinta-feira, o pedido do sindicato patronal deve ser julgado.
Segundo Santos, a prática de paralisação vem acontecendo na região há cerca de oito ou nove meses, mas eram “paralisações inexpressivas”. A situação teria se agravado em fevereiro deste ano quando um trabalhador foi baleado durante assembleia.
Santos é categórico ao dizer que se opõe ao julgamento do dissídio coletivo, que deve ocorrer amanhã, independentemente da decisão. “É uma anomalia, está dizendo que as partes são incapazes de chegar a um consenso. Acho isso uma agressão, uma prática que não resolve problemas, você judicializar uma greve ou qualquer conflito. (...) Poderíamos fazer de Suape uma situação incontrolável, a exemplo do que aconteceu em Jirau”, diz o presidente do sindicato dos trabalhadores. “A gente cumpre decisão judicial, não discute, mas acho que não contribui em nada para a paz social no canteiro de obras.”
#####Greve
O atual movimento grevista teve início em fevereiro e contava com a adesão de cerca de 5 mil trabalhadores do Consórcio Conest – formado pelas empresas Odebrecht e Construtora OAS -, explica Santos.
Já em fevereiro, o sindicato patronal – Sinicon – entrou na justiça contra a greve dos trabalhadores da Conest, mas, na primeira audiência, o Ministério Público do Trabalho solicitou a suspensão do dissídio para que trabalhadores e empregadores tentassem negociar, conforme explica a advogada do sindicato, Margareth Rubem. “Passamos 30 dias tentando negociar, mas não chegamos a um acordo.”
Segundo ela, havia 13 itens na pauta e a negociação travou em apenas 2 deles. “Pela proposta do Ministério Público do Trabalho, as empresas deveriam pagar 80% de horas extras aos sábados e R$ 130 de cesta básica. A empresa aceitou a proposta, mas os trabalhadores recusaram”, diz Margareth.
De acordo com Santos, do sindicato dos trabalhadores do setor, a categoria quer o pagamento de 100% de horas extras aos sábados e cesta básica de R$ 160. \"Negociando estes dois pontos, voltam todos ao trabalho”, diz.
“No dia que recusaram [a proposta], quebraram o acordo de não paralisar [as atividades] enquanto não chegasse ao fim da negociação”, alega Margareth. Por esta razão, o Sinicon resolveu retomar o dissídio coletivo – de natureza jurídica – contra a Conest e entrar também contra os demais trabalhadores. “Entramos com pedido de ilegalidade porque em nenhum momento as empresas foram intransigentes. (...) Além disso, os trabalhadores não apresentaram a pauta de negociações e não avisaram com a antecedência que a lei prevê [48 horas].” (G1)
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