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Trabalhadores do Complexo Industrial de Suape estão em greve

23 Mar 2011 - 21h15
Segundo Santos, da Federação Nacional dos Trabalhadores na Indústria da Construção Pesada, há cerca de 35 mil trabalhadores em greve - Crédito: Foto: Helia Scheppa/AESegundo Santos, da Federação Nacional dos Trabalhadores na Indústria da Construção Pesada, há cerca de 35 mil trabalhadores em greve - Crédito: Foto: Helia Scheppa/AE
A greve dos trabalhadores da Refinaria Abreu e Lima - que começou na última sexta-feira (18) - ganhou a adesão dos operários da Petroquímica Suape, em Ipojuca (PE), e, segundo estimativa de Wilmar Santos, da Federação Nacional dos Trabalhadores na Indústria da Construção Pesada, há aproximadamente 35 mil trabalhadores parados nesta quarta-feira (23) no Complexo Industrial de Suape.

Após tentativas frustradas de acordo, o Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon) – que representa as empresas – entrou na justiça na terça-feira (22) pedindo que seja reconhecida a ilegalidade da greve e solicitando o retorno imediato ao trabalho. Na quinta-feira, o pedido do sindicato patronal deve ser julgado.

Segundo Santos, a prática de paralisação vem acontecendo na região há cerca de oito ou nove meses, mas eram “paralisações inexpressivas”. A situação teria se agravado em fevereiro deste ano quando um trabalhador foi baleado durante assembleia.

Santos é categórico ao dizer que se opõe ao julgamento do dissídio coletivo, que deve ocorrer amanhã, independentemente da decisão. “É uma anomalia, está dizendo que as partes são incapazes de chegar a um consenso. Acho isso uma agressão, uma prática que não resolve problemas, você judicializar uma greve ou qualquer conflito. (...) Poderíamos fazer de Suape uma situação incontrolável, a exemplo do que aconteceu em Jirau”, diz o presidente do sindicato dos trabalhadores. “A gente cumpre decisão judicial, não discute, mas acho que não contribui em nada para a paz social no canteiro de obras.”

#####Greve
O atual movimento grevista teve início em fevereiro e contava com a adesão de cerca de 5 mil trabalhadores do Consórcio Conest – formado pelas empresas Odebrecht e Construtora OAS -, explica Santos.

Já em fevereiro, o sindicato patronal – Sinicon – entrou na justiça contra a greve dos trabalhadores da Conest, mas, na primeira audiência, o Ministério Público do Trabalho solicitou a suspensão do dissídio para que trabalhadores e empregadores tentassem negociar, conforme explica a advogada do sindicato, Margareth Rubem. “Passamos 30 dias tentando negociar, mas não chegamos a um acordo.”

Segundo ela, havia 13 itens na pauta e a negociação travou em apenas 2 deles. “Pela proposta do Ministério Público do Trabalho, as empresas deveriam pagar 80% de horas extras aos sábados e R$ 130 de cesta básica. A empresa aceitou a proposta, mas os trabalhadores recusaram”, diz Margareth.

De acordo com Santos, do sindicato dos trabalhadores do setor, a categoria quer o pagamento de 100% de horas extras aos sábados e cesta básica de R$ 160. \"Negociando estes dois pontos, voltam todos ao trabalho”, diz.

“No dia que recusaram [a proposta], quebraram o acordo de não paralisar [as atividades] enquanto não chegasse ao fim da negociação”, alega Margareth. Por esta razão, o Sinicon resolveu retomar o dissídio coletivo – de natureza jurídica – contra a Conest e entrar também contra os demais trabalhadores. “Entramos com pedido de ilegalidade porque em nenhum momento as empresas foram intransigentes. (...) Além disso, os trabalhadores não apresentaram a pauta de negociações e não avisaram com a antecedência que a lei prevê [48 horas].” (G1)

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