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Síria: escalada dos confrontos e receios de alastramento preocupam ONU

Chefe de direitos humanos destaca falta de assistência essencial à zona de conflito; Comissão de Inquérito sobre a Síria alerta que situação que pode piorar, pode provocar governo e aliados a contra-ataque

03 Dez 2024 - 18h45Por ONU News
Confrontos em Alepo estão causando destruição e danos a bens civis - Crédito:  UNHCR/Hameed MaaroufConfrontos em Alepo estão causando destruição e danos a bens civis - Crédito: UNHCR/Hameed Maarouf

O Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas revelou que os ataques de grupos não estatais que culminaram com a tomada da segunda maior cidade da Síria, Alepo, agravam o sofrimento de milhões de pessoas na sequência de vários anos de guerra civil.

Nesta terça-feira, o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, expressou “extrema preocupação” com a escalada dos confrontos.

Mais de 457 mortos

Dados oficiais relatam que mais de 457 pessoas morreram incluindo pelo menos 72 civis. As informações do Observatório Sírio para os Direitos Humanos revelam ainda que até 50 mil pessoas fugiram de suas casas nos últimos dias.

Alepo foi uma das áreas afetadas pela ofensiva de grupos armados não estatais liderados por Hay'at Tahrir Al-Sham Alepo foi uma das áreas afetadas pela ofensiva de grupos armados não estatais liderados por Hay'at Tahrir Al-Sham - Foto: © Unocha/Ali Haj Suleiman

Segundo Turk, o escritório documentou “uma série de incidentes extremamente preocupantes, resultando em várias vítimas civis, incluindo muitas mulheres e crianças”.

O porta-voz de Turk, Jeremy Laurence acrescentou que os confrontos estão causando destruição e danos a bens civis, incluindo instalações de saúde, edifícios que abrigam instituições de educação e mercados de alimentos.

O chefe de direitos humanos também alertou que “a assistência essencial é amplamente incapaz de chegar à zona de conflito”.

Os hospitais de referência estão sobrecarregados com casos de trauma, com milhares de feridos nos últimos quatro dias e "médicos e enfermeiros trabalhando dia e noite para salvar vidas, mesmo com grande risco pessoal para si próprios e suas famílias”.

Frágil sistema de saúde

A Organização Mundial da Saúde, OMS, informou que hospitais e unidades de saúde pública em Alepo estão com pessoal e suprimentos limitados. A agência destaca ainda que o frágil sistema de saúde está “sob imensa pressão”.

Falando a jornalistas por videoconferência, de Genebra, a representante interina da OMS na Síria, Christina Bethke, disse que antes da escalada havia 42 hospitais funcionando ou parcialmente funcionando em Alepo.

Hospitais e unidades de saúde pública em Alepo estão com pessoal e suprimentos limitadosHospitais e unidades de saúde pública em Alepo estão com pessoal e suprimentos limitados - Foto: © Unocha/Ali Haj Suleiman

Em nota separada, a Comissão Internacional de Inquérito sobre a Síria fez um apelo a todas as partes para “aderirem estritamente ao direito internacional e protegerem os civis”, em meio a um aumento dramático de confrontos desde 27 de novembro que ameaçam se espalhar pelo país.

O presidente da Comissão, Paulo Sérgio Pinheiro, disse que a brutalidade dos últimos anos não deve ser repetida, ou a Síria será levada a uma nova trajetória de atrocidades". Ele reiterou que os envolvidos devem romper com seus padrões do passado e garantir que protejam e respeitem os civis, seus direitos humanos e as Convenções de Genebra.

Controlar a área realizada por grupos armados

No fim de semana, Alepo foi uma das áreas afetadas pela ofensiva de grupos armados não estatais liderados por Hay'at Tahrir Al-Sham que passaram a controlar a cidade.

Os peritos citam relatos iniciais sugerindo que, diante dessa situação que tende a se espalhar para outras partes do país, o governo e seus aliados estariam preparando um possível contra-ataque aumentando a perspectiva de fogo cruzado que terá impacto em “civis que já sofrem com anos de conflito, colapso econômico e grupos armados predatórios e forças de segurança”.

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