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Rússia e Ucrânia assinam acordo para retomada de exportação de grãos pelo Mar Negro

Com apoio da ONU e Turquia, documento garante que ucranianos possam escoar sua produção de alimentos

22 Jul 2022 - 18h15Por ONU News
cretário-geral da ONU, António Guterres, esteve em Istambul, na Turquia, para a assinatura de um acordo com Rússia e a Ucrânia - Crédito: UNIC Ankara/Levent Kulucretário-geral da ONU, António Guterres, esteve em Istambul, na Turquia, para a assinatura de um acordo com Rússia e a Ucrânia - Crédito: UNIC Ankara/Levent Kulu

Nesta sexta-feira, o secretário-geral da ONU, António Guterres, esteve em Istambul, na Turquia, para a assinatura de um acordo com Rússia e a Ucrânia para a retomada das exportações de grãos ucranianos e insumos russos pelo Mar Negro.

Este é o primeiro grande entendimento assinado pelos países desde que começou a invasão da Rússia na Ucrânia em 24 de fevereiro. Com o controle russo a cidades portuárias, o fluxo da exportação de grãos ucranianos foi interrompido.

Interesses comuns

Na cerimônia para oficializar o acordo, o chefe das Nações Unidas agradeceu o suporte das autoridades turcas. Para ele, a intermediação e persistência do presidente Recep Erdogan, também presente no evento, foram essenciais em todas as etapas deste processo.

Aos representantes russos e ucranianos, Guterres elogiou a capacidade de superar obstáculos e “deixar de lado as diferenças” para seguir com o acordo que deve servir aos “interesses comuns de todos”.

O chefe da ONU acredita que o acordo deve estabilizar os preços globais dos alimentos, que já estavam em níveis recordes mesmo antes da guerra. Para ele, os altos custos causam instabilidade nos países em desenvolvimento e deixam pessoas mais vulneráveis à fome.

Segundo Guterres, a iniciativa ainda abre caminho para volumes significativos de exportações comerciais de alimentos de três portos ucranianos importantes no Mar Negro – Odessa, Chernomorsk e Yuzhny.

Ele explicou que a remessa de estoques de grãos e alimentos para os mercados mundiais deve ajudar a preencher a lacuna global de abastecimento de alimentos e reduzir a pressão sobre os preços altos.

Acordo

O secretário-geral da ONU revelou que chegar a este acordo “não foi fácil”. Ele lembrou que, desde o início da guerra, vem destacando que não há solução para a crise global de alimentos sem garantir acesso total aos produtos alimentícios da Ucrânia e alimentos e fertilizantes russos.

Embora Guterres avalie que a iniciativa é um importante passos atingir esse objetivo, ele afirma que tem foi “um longo caminho” para chegar a soluções, que precisaram de esforços e comprometimento de todos os lados, além de semanas de negociações ininterruptas.

O líder das Nações Unidas afirmou que a ONU está intensificando esforços para estar “posicionada para cumprir seus compromissos” e agradeceu o trabalho das duas Forças-Tarefa da ONU que desenvolveram uma abordagem paralela, coerente e coordenada.

Os grupos foram liderados pelo subsecretário-geral para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, e pela secretária-geral da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, Unctad, Rebeca Grynspan.

Enquanto o braço humanitário se concentrou no embarque de grãos ucranianos pelo Mar Negro, a agência para comércio e desenvolvimento focou em facilitar o acesso desimpedido a alimentos e fertilizantes originários da Rússia aos mercados globais. 

Esforços pela paz

O secretário-geral da ONU concluiu seu discurso na cerimônia pedindo às partes que não poupem esforços para implementar seus compromissos e pela paz.

Para Guterres, este é um acordo sem precedentes entre duas partes envolvidas em um “conflito sangrento”. Ainda assim, ele lembrou que os confrontos continuam e que pessoas estão morrendo todos os dias.

O chefe das Nações Unidas afirmou que o “farol de esperança no Mar Negro está brilhando hoje, graças aos esforços coletivos de muitos”. Guterres pediu que, em tempos difíceis e turbulentos para a região e nosso mundo, esse farol seja o guia no caminho para aliviar o sofrimento humano e garantir a paz.

 

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