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Rei saudita ordena aumento de gastos sociais para evitar revolta

18 Mar 2011 - 18h35
Imagem de folheto publicado em 18 de marco de 2011 pela Agência de Imprensa Saudita mostra o rei saudita Abdullah em discurso à nação através da televisão estatal - Crédito: Foto: AFP PHOTO / HO / SPAImagem de folheto publicado em 18 de marco de 2011 pela Agência de Imprensa Saudita mostra o rei saudita Abdullah em discurso à nação através da televisão estatal - Crédito: Foto: AFP PHOTO / HO / SPA
O rei saudita Abdullah ofereceu US$93 bilhões em gastos sociais na sexta-feira e aumentou suas forças de segurança e de polícia religiosa, optando por um misto de ajuda e repressão para tentar evitar em seu país a turbulência que vem abalando o mundo árabe.

O raro discurso televisionado que ele fez à nação não incluiu concessões no terreno dos direitos políticos, em um país onde a praça pública é dominada pela família real saudita, os partidos políticos são proibidos e não existe Parlamento eleito.

Tampouco foi mencionada qualquer coisa sobre as muito antecipadas mudanças de um gabinete no qual os cargos principais são ocupados por príncipes sauditas, alguns dos quais ocupam seus postos há mais de quatro décadas.

\"Estou seriamente decepcionado, para ser franco. O mínimo que esperamos é o estabelecimento de uma monarquia constitucional e a libertação dos presos políticos\", disse Mohammed al-Qahtani, um importante reformista. \"Será que isto vai bastar para o povo? Acho que não.\'

Os reformistas esperavam um gesto em direção à democracia, como novas eleições para os conselhos municipais ou até mesmo eleições para o Conselho da Shura, um organismo assessor cujos integrantes são nomeados.

Mas o rei idoso pareceu agradecer aos sauditas por não terem saído às ruas em grande número, no momento em que protestos pró-democracia varrem o Oriente Médio e a região conservadora árabe do Golfo.

\'Tenho muito orgulho de vocês. As palavras não bastam para descrevê-los\', disse o rei, dirigindo-se aos sauditas. \'Vocês são a válvula de segurança deste país, e vocês golpearam com a verdade aquilo que é errado, golpearam a traição com a lealdade.\'

#####Chamado no Facebook
Diante da presença maciça de forças de segurança em todo o país, praticamente nenhum saudita das grandes cidades atendeu a um chamado lançado no Facebook por protestos em 11 de março, mas xiitas, que compõem uma minoria no país, vêm promovendo várias passeatas na Província Oriental, onde se localiza a maioria dos campos petrolíferos da Arábia Saudita.

Alguns sauditas reagiram saindo às ruas do centro de Riad em seus carros, agitando bandeiras e buzinando.

\'Estamos felizes porque o rei gastou dinheiro conosco, isso basta para nós\', disse um oficial da Marinha, Mohammed al-Mutairi, em seu carro em uma avenida principal de Riad.

John Sfakianakis, economista chefe do Banque Saudi Fransi, avaliou o valor total dos gastos anunciados na sexta-feira em 350 bilhões de riais, mas apenas uma parte pequena desse total será gasta dada em pouco tempo.

Após um discurso breve, a televisão estatal anunciou uma série de decretos que abrangem um aumento nos benefícios pagos pela previdência social, um salário mínimo de 3.000 riais (800 dólares) para os funcionários públicos, abonos para estudantes e funcionários do setor público e uma campanha para a construção de novas moradias.

Os números anunciados foram grandes: 250 bilhões de riais (US$ 66,7 bilhões) com 500 mil novas unidades habitacionais e 16 bilhões de riais (US$ 4,3 bilhões) com mais hospitais e clínicas. No mês passado, em uma iniciativa inicial para aliviar as tensões sociais, já tinha sido anunciado um pacote de US$ 37 bilhões.

O rei ordenou a criação de 60 mil empregos na segurança dentro do Ministério do Interior, prometeu mais dinheiro para a polícia religiosa e, num sinal de que a elite reinante sunita não vai tolerar dissensão, disse que a mídia deve respeitar os clérigos sunitas, responsáveis pela aplicação da lei sharia no Estado islâmico. (G1)

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