Rebeldes lançam foguete contra forças de Kadhafi nesta quinta-feira - Crédito: Foto: AP
Os rebeldes da Líbia se preparavam nesta quinta-feira (31) para um contra-ataque às forças do ditador Muammar Kadhafi, estimulados pelas notícias de um possível apoio secreto dos Estados Unidos e pela deserção do ministro das Relações Exteriores, Mussa Kussa.\"Estamos começando a ver o regime de Kadhafi se desintegrar\', disse o porta-voz rebelde Mustafa Gheriani na cidade de Benghazi, no leste do país.
Os analistas concordaram que a deserção de Kussa, que viajou para Londres na quarta-feira, foi um grande revés para Kadhafi, cujas forças ganharam terreno nos últimos dias.
Mas o principal oficial militar dos EUA disse ao Congresso que Kadhafi está longe de ser derrotado. \"Nós de fato degradamos seriamente as capacidades militares dele\", disse o almirante Mike Mullen. \"Isso não significa que ele está prestes a sofrer um colapso do ponto de vista militar.\"
Apesar de quase duas semanas de ataques aéreos ocidentais, as tropas de Kadhafi têm usado armas e táticas melhores para fazer recuar os rebeldes que tentam avançar rumo a oeste pela costa a partir de Benghazi, no leste, em direção à capital Trípoli.
A notícia de que as autoridades norte-americanas contaram à Reuters que o presidente norte-americano, Barack Obama, havia autorizado operações secretas na Líbia abriu a perspectiva de um apoio maior aos rebeldes.
Especialistas supõem que as forças especiais estejam em solo líbio identificando alvos para os ataques aéreos. A confirmação pública de Washington talvez indique uma disposição para um envolvimento maior.
Os rebeldes afirmaram não saber nada sobre tropas ocidentais na Líbia e que uma participação estrangeira muito grande poderia ser prejudicial.
O pedido principal dos rebeldes é por armas, mas isso ainda não foi autorizado por Washington, em razão de um embargo de armas imposto pela Organização das Nações Unidas (ONU) que a Otan diz estar aplicando.
\'Isso reduziria a nossa credibilidade\', afirmou Gheriani.
A ordem de Obama deve alarmar ainda mais os países já preocupados de que os ataques aéreos contra a infraestrutura e as tropas terrestres promovidas pelos EUA, pelo Reino Unido e pela França estejam indo além da resolução da ONU que tem o objetivo declarado de apenas proteger civis.
\"Não posso falar sobre qualquer atividade da CIA, mas digo a vocês que o presidente deixou bem claro que, no tocante aos militares dos Estados Unidos, não haverá botas no solo\", disse o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates.
A principal autoridade do Vaticano na capital líbia citou testemunhas na quinta-feira, dizendo que ao menos 40 civis morreram com os ataques aéreos ocidentais em Trípoli.
A Otan afirmou que está investigando, mas não tem confirmação sobre a notícia.
A agência de notícias estatal da Líbia, citando fontes militares, disse que os ataques aéreos do Ocidente atingiram uma área civil da capital durante a noite, mas não mencionou vítimas. (G1)