
O coordenador humanitário da ONU na República Democrática do Congo, RD Congo, pediu a todas as partes do conflito que se mobilizem para a reabertura urgente do aeroporto de Goma, no leste do país.
Em nota, Bruno Lemarquis afirmou que os combates e a emergência são “de uma intensidade não vista na região há décadas e com um alto custo humano”.
Sobrecarga de infraestrutura de saúde
Muitos feridos precisam de cuidados urgentes em um momento em que a infraestrutura médica continua sobrecarregada e milhares de civis não têm acesso à assistência essencial.
Lamarquis lembra que o aeroporto de Goma é “uma tábua de salvação” sem a qual “a evacuação dos feridos graves, a entrega de suprimentos médicos e o recebimento de reforços humanitários ficam paralisados”.
Combinação da violência armada, do conflito contínuo e da alta dos preços dos alimentos em território congolês estimula a insegurança alimentar - Foto: © Unicef/Olivia Acland
O chefe humanitário convocou todas as partes envolvidas a assumirem suas responsabilidades e fazerem o possível para garantir a reabertura urgente do aeroporto porque “cada hora perdida coloca mais vidas em risco.”
Corpos de vítimas da violência nas ruas
Na segunda-feira, a comunidadehumanitária alertou sobre altos riscos à saúde com a piora das chuvas. Em Goma ainda são observados corpos de vítimas da violência nas ruas enecrotérios cheios.
Mesmo comos esforços em andamento para tratar aágua com cloro, os residentes de Goma estão sendo obrigados a consumir água sem tratamento no Lago Kivu.
As atividades econômicas e em outras áreas estão sendo gradualmente retomadas, mas escolas e bancos seguem fechados.
Duas agências humanitárias e entidades governamentais tiveram os veículos sequestrados no fim de semana. Outras avaliam o impacto de roubos em armazéns, enquanto há tentativas de retomada da entrega de ajuda em Goma e arredores.
Atividades econômicas e em áreas estão sendo gradualmente retomadas em Goma -Foto: © Blaise Irenge via Rádio Okapi
Muitos acampamentos foram saqueados, destruídos e abandonados entre sexta-feira e sábado. Algumas pessoas retornam às suas comunidades ou buscam refúgio em outros lugares, havendo ainda muitas sem abrigo adequado e acesso a serviços.
Preparação em países vizinhos
O Programa Mundial de Alimentos, WFP,anunciou que está posicionando suprimentos e alimentos prontos para uma retomada das operações quando as condições o permitirem, participando ainda na preparação em países vizinhos.
Em parceria com a Agência da ONU para Refugiados, Acnur, e Organização Internacional para Migrações,OIM, são criados planos de contingência pelo risco de alto deslocamento. Equipes estão de prontidão nos vizinhos Ruanda, Uganda, Burundi e Tanzânia.
O WFP alertou que a combinação da violência armada, do conflito contínuo e da alta dos preços dos alimentos em território congolês estimula a insegurança alimentar aguda num contexto global de dificuldades. Um quarto dos habitantes do planeta enfrenta fome aguda, incluindo crianças e mulheres grávidas e lactantes.
Deixe seu Comentário
Leia Também

Paz e segurança
Brasil vê "grande potencial" de São Tomé e Príncipe na cooperação pela paz
08/02/2025 18:30

Desenvolvimento econômico
Soluções sustentáveis para o futuro do transporte cresceram 700%, diz agência
07/02/2025 22:45

Paz e segurança
O que as Nações Unidas fazem na República Democrático do Congo?
07/02/2025 21:45

Desenvolvimento econômico
Relatores condenam retorno de Cuba a lista de países que "patrocinam terrorismo"
07/02/2025 20:45

Direitos humanos
Conselho de Direitos Humanos aprova envio de missão de apuração à RD Congo
07/02/2025 19:45