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Protestos não vão ser reprimidos, afirmam Forças Armadas do Egito

01 Fev 2011 - 00h35
Mapa do Egito mostra as cidades em que ocorrem
os principais protestos - Crédito: Foto: Arte G1Mapa do Egito mostra as cidades em que ocorrem os principais protestos - Crédito: Foto: Arte G1
As Forças Armadas do Egito anunciaram nesta segunda-feira (31) que não vão usar a força contra os manifestantes, um dia antes da marcha convocada para esta terça-feira pela oposição, que pede a renúncia do presidente Hosni Mubarak.

O Exército declara no documento que considera as demandas do povo egípcio \"legítimas\" no sétimo dia seguido de protestos maciços pelo fim do regime de Mubarak.

As forças de seguranças haviam reagido fortemente contra os atos antigoverno nos seis dias anteriores, e os confrontos de rua deixaram pelo menos 100 mortos, segundo contagens extraoficiais.

As manifestações continuaram nesta segunda país afora, mas pacíficas, ao contrário do que ocorreu antes. Soldados assistiam a tudo sem interferir.

#####Novo gabinete
Nesta segunda, o governo do Egito nomeou novos ministros, em uma tentativa de contornar a crise política provocada contra Mubarak e seus 30 anos de poder.

Por um decreto de Mubarak, foram indicados novos ministros das Finanças e do Interior.

As Forças Armadas do Egito anunciaram nesta segunda-feira (31) que não vão usar a força contra os manifestantes, um dia antes da marcha convocada para esta terça-feira pela oposição, que pede a renúncia do presidente Hosni Mubarak.

O Exército declara no documento que considera as demandas do povo egípcio \"legítimas\" no sétimo dia seguido de protestos maciços pelo fim do regime de Mubarak.

As forças de seguranças haviam reagido fortemente contra os atos antigoverno nos seis dias anteriores, e os confrontos de rua deixaram pelo menos 100 mortos, segundo contagens extraoficiais.

As manifestações continuaram nesta segunda país afora, mas pacíficas, ao contrário do que ocorreu antes. Soldados assistiam a tudo sem interferir.

Novo gabinete
Nesta segunda, o governo do Egito nomeou novos ministros, em uma tentativa de contornar a crise política provocada contra Mubarak e seus 30 anos de poder.

Por um decreto de Mubarak, foram indicados novos ministros das Finanças e do Interior.

Ouça ao lado o relato de Ari Peixoto, enviado da TV Globo ao Egito

Outros nomes do gabinete,como o de Field Marshal Hussein Tantawi, ministro da Defesa, e o chanceler, Ahmed Aboul Gheit, foram mantidos.

A pasta do Interior foi para Mahmoud Wagdi, um oficial de polícia reformado. Ele substitui Habib el-Adly, bastante criticado pela violência com que respondeu aos protestos populares.

O canal estatal exibiu imagens dos novos ministros tomando posse ao lado do presidente.


#####Mais protestos
O tráfego ferroviário na capital, Cairo, foi obstruído pelos protestos desta segunda.

Bancos, a bolsa de valores e o comércio local estão fechados, e o toque de recolher continuava.

Governos, companhias aéreas e operadoras de turismo agiram em conjunto na segunda-feira para retirar estrangeiros do Egito.

#####Greve e manifestação
A oposição convocou uma greve geral por tempo indeterminado e quer levar um milhão de pessoas às ruas na terça (1º).

A convocação da greve foi feita na noite de domingo pelos trabalhadores da cidade de Suez, umas das três maiores do país, ao lado do Cairo e de Alexandria, onde foram registrados manifestações e distúrbios. As três cidades estão sob toque de recolher.

\"Nos unimos aos trabalhadores de Suez e iniciaremos uma greve geral até que nossas demandas sejam cumpridas\", declarou Mohamed Waked.

O aeroporto da capital tinha filas imensas formadas por milhares de turistas que tentavam antecipar a volta a seus países de origem.

Com a polícia fora de ação, jovens formaram patrulhas para cuidar do trânsito e vigiar os bairros de modo a evitar saques a casas e lojas.

As forças de polícia, numerosas no Egito, tinham desaparecido das ruas na sexta-feira, provocando cenas de caos, saques e fugas em várias prisões do país.

As forças de oposição do Egito, lideradas pela Irmandade Muçulmana, encarregaram o dissidente Mohamed ElBaradei de negociar com o regime do presidente Mubarak,. A decisão foi divulgada no domingo por Saad al-Katatni, um dos líderes do movimento islamita.

A Coalizão Nacional por Mudança, que reúne vários movimentos de oposição egípcios - incluindo a Irmandade Muçulmana, que foi proscrita pelo governo - escolheu o Prêmio Nobel da Paz para representá-los \"nas negociações com as autoridades\", disse al-Katatni a agência de notícias Reuters.

Logo após a confirmação, ElBaradei disse que o presidente deveria deixar o cargo para abrir caminho para um governo de unidade nacional em uma eleição \"livre\" e \"justa\".

ElBaradei disse também que a política dos Estados Unidos no Egito está perdendo a credibilidade.

#####Repercussão
A chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, pediu ao governo Mubarak que comece \"imediatamente\" o diálogo com a oposição.

O governo britânico alertou que a repressão aos protestos pode \"acabar mal\", mas evitou pressionar explicitamente pela renúncia de Hosni Mubarak.

\'É importantíssimo que nem o presidente (dos EUA, Barack) Obama nem eu estejamos dizendo quem devem governar este ou aquele país\', disse o primeiro-ministro David Cameron à BBC.

Na véspera, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, disse que Washington querr uma transição ordenada do poder no Egito. \"Nós queremos ver uma transição ordenada para que ninguém preenche um vazio, que não haja um vazio, que haja um plano bem pensado, que trará um governo democrático e participativo\", disse Hillary ao programa \"Fox News Sunday\".

De acordo com Hillary, o país não quer que uma tomada de poder no Egito abale a democracia e conduza o povo à opressão.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, conversou na sexta com Mubarak e pediu que ele respeite os direitos da população e evite o uso de violência contra manifestantes pacíficos.

#####Canal de Suez
O Canal de Suez, eixo estratégico do comércio mundial, funciona normalmente, informaram nesta segunda (31) veículos da mídia oficial, citando um diretor do canal.

O cana, que une Porto Said, no Mediterrâneo, a Suez, no Mar Vermelho, representa a terceira maior fonte de renda estrangeira do Egito.

O volume de seu tráfego é considerado indicador da saúde do comércio marítimo através do mundo.

#####Petróleo
Os preços do petróleo têm subido devido à tensão no Egito. O tipo Brent, negociado em Londres, passou da barreira psicológica de US$ 100, o barril por temores de que a instabilidade possa se espalhar por países do Oriente Médio, que junto com o norte da África produz mais de um terço do petróleo no mundo.

Foi a maior cotação desde 1º de outubro de 2008.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) observa a situação no Egito com preocupação, mas apenas aumentará a oferta de petróleo se houver uma escassez, afirmou nesta segunda o secretário-geral do cartel, Abdullah al-Badri.

A companhia aérea egípcia EgyptAir cancelará todos os seus voos entre 17h de terça-feira e 10h de quarta-feira (horário local), informou a televisão estatal.

(G1)

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