Gilbert Stein representou Moisés em 2003 pela Mangueira e abriu o Mar Vermelho formado por cerca de 500 componentes - Crédito: Foto: Rafael Italiani/G1
Uma ala formada por mais de 50 judeus promete animar e emocionar o público durante o desfile da Pérola Negra, que vai levar para o Anhembi o enredo \"Abraão, o Patriarca da fé\". A escola vai falar sobre o precursor das religiões monoteístas (judaísmo, cristianismo e islamismo).Um grupo de dança da Congregação Israelita Paulista (CIP), formado por mais de 50 judeus, forma uma ala coreografada com danças típicas das festas judaicas. O Abraão da ala é representado pelo ator Gilbert Stein. Nascido na capital egípcia do Cairo e judeu, ele veio para o Brasil em 1964.
O primeiro nome de Stein, na verdade, é Abraão (personagem bíblico que ele representa). O ator também foi protagonista de uma outra ala coreografada em 2003, no carnaval da Mangueira. Na ocasião ele representou Moisés e abria o Mar Vermelho formado por cerca de 500 componentes.
O personagem que ele interpretou no carnaval do Rio de Janeiro é considerado um grande profeta pelos judeus. Ele livrou o povo da tirania e da escravidão do Egito durante a antiguidade, conduzindo os judeus até Canaã, terra que Deus prometeu para Abraão e que também está presente no enredo da Pérola Negra.
#####Alegria é comum entre os povos
“Essa alegria do carnaval neutraliza toda a tristeza que nosso povo já passou”, afirma Stein, que esteve presente no ensaio técnico da escola no sábado (19). Segundo ele, essa integração de culturas e religiões só acontece no Brasil. “Além de judeus somos brasileiros e a alegria é algo em comum entre os povos”, diz o presidente executivo da Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp), que também esteve no Anhembi para acompanhar o ensaio. O calendário judeu é diferente e mais antigo do que o cristão. Eles estão no ano 5771 e às vésperas do Purim, o carnaval judaico.
Lia Levin é uma das coreógrafas da ala e diz que precisou “empolgar as pessoas para que elas participassem da ala”. Segundo ela, não houve dificuldades para conseguir os componentes por se tratar de um tema delicado: falar de religião no carnaval.
André Machado, carnavalesco da Pérola Negra, garantiu que não haverá nudez durante o desfile. Segundo ele, dessa forma a história de Abraão vai ser tratada respeitosamente. A escola entra na avenida na primeira madrugada de desfiles do Grupo Especial.
(G1)