Karima Keyek, a Ruby, em foto de 13 de novembro
de 2010 - Crédito: Foto: AFP
O premiê da Itália, Silvio Berlusconi, envolvido num caso que já está sendo chamado de Rubygate, em que é acusado de prostituição de menores e abuso de poder, insultou o apresentador de um especial da televisão sobre o assunto.\"Infame\", \"repugnante\", \"desprezível\", foram os insultos que Berlusconi proferiu por telefone ao jornalista Gad Lerner, do programa \"L\'Infedele\" (O infiel), acusando-o de \"deformar a realidade\" e de usar \"falsas teses, distantes da realidade e da verdade\".
O chefe de governo, que perdeu completamente o controle, interveio no programa de sem ser convidado para defender uma das envolvidas no escândalo, a dentista e assessora de seu partido Nicole Minetti, de 26 anos, também acusada de indução à prostituição e de recrutar jovens que participavam das festas particulares do primeiro-ministro.
Durante a breve ligação, Berlusconi ofendeu as convidadas ao debate chamando-as \"dessas chamadas senhoras\". O apresentador reagiu dizendo: \"Você é um mal educado\".
É a terceira vez em 10 meses que Berlusconi intervém espontaneamente nos programas de televisão, embora até agora tenha evitado expressar tanta raiva e desprezo.
\"Berlusconi ultrapassou qualquer limite\", atacou a oposição de esquerda, entre eles Giuseppe Fioroni e Rosy Bindi, do Partido Democrata.
O chefe do governo italiano enfrenta o maior escândalo de sua carreira política depois de ter sido acusado no dia 14 de janeiro pela Procuradoria de Milão de prostituição de menores e abuso de poder.
O primeiro-ministro é investigado pelo caso da jovem marroquina Karima Keyek, conhecida como Ruby, que teria mantido relações sexuais pagas com o chefe de governo quando era menor de idade.
Berlusconi negou as acusações e contra-atacou, acusando os juízes de persegui-lo \"injustamente\" com \"fins políticos\".
As revelações diárias de detalhes escabrosos das festas envolvendo jovens em sua residência particular de Milão vêm afetando a imagem do primeiro-ministro conservador, de 74 anos.
(G1)