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Partido retira-se de negociação de reformas com o governo do Egito

10 Fev 2011 - 16h35
Manifestante acampado em frente ao prédio do Parlamento do Egito, no Cairo, nesta quinta-feira - Crédito: Foto: APManifestante acampado em frente ao prédio do Parlamento do Egito, no Cairo, nesta quinta-feira - Crédito: Foto: AP
Um partido oposicionista do Egito se afastou nesta quinta-feira (10) das negociações com o Mubarak para uma rere reforma política, dizendo que a administração do presidente Hosni Mubarak não respondeu \'ao nível mínimo das reivindicações populares\'.

O Partido Tagammu, de esquerda, foi o primeiro a anunciar sua retirada do diálogo que o vice-presidente Omar Suleiman iniciou no domingo para tentar acalmar o sentimento de ira que alimenta os protestos em massa. A agremiação reclamou que os anúncios feitos pelo governo de medidas previstas na transição são \"vagos\".

A Irmandade Muçulmana, o mais influente e organizado dos grupos de oposição, disse na quarta-feira que as conversações ainda não trataram das questões que desencadearam as manifestações de protesto que varrem o Egito há mais de duas semanas.

Manifestantes que pedem a renúncia de Mubarak mantinham a mobilização nesta quinta na Praça Tahrir, no Cairo, apesar das insinuações da véspera, de que o regime poderia recorrer ao Exército para combater o \"caos\" no país.

Na véspera, centenas de pessoas cercaram o Parlamento e a sede do governo, que ficam frente à frente. Eles passaram a noite no local, pressionando pela saída imediata do presidente.

Novos protestos de rua são esperados para esta sexta-feira (11) no Cairo e em outras cidades do Egito.

\"Nós temos que preservar a Constituição, mesmo que esta seja alterada\", disse na véspera o ministro de Relações Exteriores do país, Ahmed Abdul Gheit à emissora Al-Arabiya, de acordo com a agência Mena.

\"Ele afirmou que caso o caos ocorra, as forças armadas intervirão para controlar o país, um passo, segundo ele, que poderá levar a uma situação muito perigosa\", informou a agência, citando o entrevistado.

Em outra entrevista, à PBS, TV pública americana, Gheit criticou a posição dos EUA na crise, em uma referência às declarações feitas na véspera pelo vice-presidente dos EUA, Joe Biden, que pediu o fim imediato da lei de emergência, em vigor no Egito desde 1981.

Ele disse que a chancelaria egípcia ficou \"furiosa\" com a posição inicial dos EUA na crise, mas que depois os americanos perceberam a situação e viram que o governo Mubarak precisa de tempo para estabilizar o país antes de levantar a lei de emergência.

O governo dos EUA, que pressiona pela transição, pediu ao governo egípcio que faça mais para satisfazer as demandas dos manifestantes. Ao mesmo tempo, o presidente Barack Obama conversou por telefone com o rei da Arábia Saudita sobre a crise.

Ao tomar conhecimento das mortes, os moradores enfurecidos incendiaram sete prédios oficiais, entre eles duas delegacias, um tribunal e a sede local do PND, destacou o informe.

Vários movimentos sociais reivindicando melhores condições de trabalho e salário surgiram no rastro dos protestos contra Mubarak.

Nos últimos dois dias foram registradas manifestações nos arsenais de Porto Said, na entrada do canal de Suez e em várias empresas privadas que operam neste eixo estratégico do comércio mundial.

Desde o início das manifestações, pelo menos 300 pessoas morreram e 5 mil ficaram feridas no país, de acordo com levantamento da ONU.

Greve
Os operários da maior fábrica do Egito saíram à rua nesta quinta para uma greve em solidariedade com os protestos antigovernamentais e para pedir uma alta do salário mínimo.

Os trabalhadores da fábrica têxtil Misr Spinning and Weaving, que emprega 24 mil pessoas na cidade da Al Mahallah al-Kubra, no Delta do Nilo, interromperam a atividade e se reuniram diante dos escritórios da administração.

\"Estamos em greve antes de mais nada para mostrar nossa solidaridade com quem está protestando na praça Tahrir\", afirmou um dos organizadores da greve, Faisal Naousha.

\"Também queremos que um tribunal intervenha par que se implemente um aumento do salário mínimo\", acrescentou.

Milhares trabalhadores do turno da tarde devem se unir aos colegas, acrescentou Naousha.

A indústria têxtil do Egito emprego 48% da força de trabalho do país, segundo o Centro de Sindicatos e Serviços para Trabalhadores (CTUWS).


(g1)

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