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Parlamento britânico ouve Murdoch e filho no caso dos grampos

19 Jul 2011 - 15h40
O magnata da mídia Rupert Murdoch, seu filho James, e a ex-executiva do grupo Rebekah Brooks - Crédito: Foto: AFPO magnata da mídia Rupert Murdoch, seu filho James, e a ex-executiva do grupo Rebekah Brooks - Crédito: Foto: AFP
O magnata da mídia Rupert Murdoch e seu filho, James, estão sendo ouvidos por uma comissão do Parlamento britânico para esclarecer dúvidas sobre o caso dos grampos telefônicos praticados por jornalistas da "News Com", braço local do império de comunicações do australiano.

A audiência teve início às 14h30 locais (10h30 de Brasília). A ex-executiva do grupo Rebekah Brooks, que também tem papel central no escândalo, deve ser ouvida separadamente.

Primeiro a ser ouvido, James Murdoch, terceiro na linha sucessiva do grupo de comunicação, iniciou sua fala pedindo desculpas a todas as pessoas que foram vítimas de escutas telefônicas e seus parentes e disse que isso não acontecerá novamente. James também disse que não havia evidências de que outros executivos do grupo sabiam que os tabloides grupo praticavam escutas ilegais.

O magnata Rupert Murdoch interrompeu o filho para dizer à comissão: "Este é o dia mais humilhante da minha vida".

Na véspera, o jornalista Sean Hoare, ex-repórter de celebridades do tabloide "News of the World" e o primeiro a afirmar que o editor Andy Coulson sabia das escutas telefônicas praticadas pelo jornal no Reino Unido, foi encontrado morto em casa, em Watford.

Ele trabalhou nos tabloides "Sun" e "News of the World" com Coulson antes de ser demitido por problemas com álcool e drogas.

De acordo com a polícia, a morte não foi considerada suspeita. Mas ela acrescentou novos ingredientes no escândalo.

O corpo de Hoare passava por autópsia nesta terça-feira, segundo a polícia.

Hoare denunciou o uso de escutas ilegais usadas pelo "News of the World" com suas fontes inicialmente no jornal “The New York Times”.

Na época, ele afirmou que não apenas Coulson sabia das escutas ilegais, como encorajava a equipe a interceptar ligações telefônicas de celebridades em busca de notícias exclusivas.

Numa entrevista posterior à BBC, Hoare também afirmou ter recebido uma orientação pessoal de Coulson, então editor do "NoW", para fazer as escutas.

Assessor do primeiro-ministro Cameron à época, Coulson sempre negou o uso de escutas telefônicas pelo tabloide que editou.

Coulson foi preso na semana passada pela polícia, e libertado várias horas depois mediante pagamento de fiança, sob a suspeita de que tinha subornado policiais e interceptado ligações durante sua época à frente do tabloide.

Mais recentemente, na semana passada, Hoare denunciou que os jornalistas do tabloide tinham acesso a tecnologia policial para poder localizar pessoas mediante sinais de celular em troca de subornos aos agentes.

No entanto, quando em setembro de 2010 foi convocado a comparecer a uma delegacia em Londres, Sean Hoare não quis relacionar Coulson com as escutas.

Jornal dominical mais vendido do Reino Unido, o "News of the World", do magnata Rupert Murdoch, encerrou as atividades no início do mês após 168 anos, sob a acusação de ter realizado ao menos 4 mil escutas ilegais desde 2000.

Premiê na berlinda

Embora não enfrente ainda uma contestação direta à sua liderança, alguns membros do seu Partido Conservador começaram a cogitar a possibilidade, embora remota, de que Cameron seja pressionado a renunciar.

O escrutínio às ações do grupo News Corp se estende também aos seus investidores. Na terça-feira, as ações da empresa operavam em baixa em Nova York, cerca de 17% abaixo de 4 de julho, quando a polícia britânica anunciou que estava investigando se jornalistas espionaram, em 2002, a caixa de mensagens de uma adolescente que depois foi encontrada morta.

As informações reavivaram um escândalo de cinco anos antes, que arecia limitado a espionagens contra personalidades ricas, famosas e poderosas. Dez jornalistas já foram detidos e libertados sob fiança em relação ao caso.

Com a detenção no domingo de Brooks, 43 anos, que é amiga pessoal de Cameron e foi editora do "News of the World", e com a renúncia do comissário da Polícia Metropolitana, Paul Stephenson, o primeiro-ministro se vê na obrigação de defender sua própria conduta no caso, que despertou indignação na opinião pública por causa das relações promíscuas entre a elite do jornalismo, da política e da polícia.

Na África do Sul nesta segunda-feira, Cameron novamente teve de defender a nomeação de Coulson como seu porta-voz, ocorrida meses depois de ele ter se demitido do cargo de editor do "News of the World".

Em 2007, um repórter subordinado a ele havia sido preso por grampear telefones de assessores do príncipe William.

O líder da oposição trabalhista, Ed Miliband, cujo partido sempre disputou com os conservadores a simpatia de Murdoch, não chegou a pedir a renúncia de Cameron, mas disse que esperava saber detalhes, entre outras coisas, das discussões que o primeiro-ministro possa ter tido com a News Corp sobre a proposta de aquisição total da operadora de TV BSkyB, que acabou sendo abandonada por Murdoch na semana passada devido ao ambiente político hostil.

Mais inflamado, Dennis Skinner, membro da ala mais à esquerda do trabalhismo, exigiu: 'Quando o 'Dave Danado' vai fazer a coisa decente e renunciar?'.

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