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Otan intensifica ataques à Líbia

25 Mai 2011 - 22h35
Em frente a parede com buracos de tiros em Misrata, homem mostra fotos de dois filhos desaparecidos há dois meses, segundo ele levados por forças ligadas a Muammar Kadhafi. - Crédito: Foto: APEm frente a parede com buracos de tiros em Misrata, homem mostra fotos de dois filhos desaparecidos há dois meses, segundo ele levados por forças ligadas a Muammar Kadhafi. - Crédito: Foto: AP
Enquanto em nível internacional surgem novas vozes questionando os ataques da coalizão na Líbia, na noite de terça-feira (24) a capital Trípoli foi mais uma vez alvo de intensos bombardeios da Otan, que tenta provocar a queda do líder Muamar Kadhafi. Segundo a Rússia, as ações se distanciam gravemente do mandato da ONU.

Oito fortes explosões abalaram o setor de Bab al-Aziziya, residência do coronel Muamar Kadhafi, por volta das 23h locais (21h de Brasília) na terça, local que já havia sido atacado intensamente na madrugada do mesmo dia pela aviação da Otan, segundo um jornalista da AFP. Uma espessa coluna de fumaça branca podia ser vista no setor.

À tarde, outros ataques foram lançados contra Tajura, subúrbio do leste da capital, e contra Jomas, 100 quilômetros a leste de Trípoli, segundo a agência líbia Jana.

O setor de Bab al-Aziziya já tinha sido na noite anterior alvo dos ataques da Otan. Três pessoas morreram e 150 ficaram feridas nesse bombardeio, segundo o regime líbio.

Esta intensificação dos ataques ocorre no momento em que a questão da saída do coronel Muammar Kadhafi torna-se cada vez mais urgente entre os membros da coalizão liderada pela Otan.

A França indicou que deseja acentuar a pressão militar e acelerar a busca por uma solução política na Líbia para limitar ao máximo em \"alguns meses\" a duração da intervenção militar estrangeira.

Já os Estados Unidos afirmaram que o líder líbio deveria deixar o poder e abandonar o país, em ocasião da visita ao bastião dos insurgentes em Benghazi, do subsecretário de Estado para os assuntos do Oriente Médio, Jeffrey Feltman.

Algumas autoridades na Otan já consideram que o objetivo final da coalizão, que começou a intervir no dia 19 de março por mandato da ONU, é a saída de Muamar Kadhafi.

\"Dizem que é preciso acelerar, aumentar o ritmo de nossas operações, para que o fruto caia sozinho\", indicou na terça-feira à AFP um alto funcionário da Otan que pediu para não ser identificado, acrescentando que o objetivo é que \"no final de junho ou começo de julho Kadhafi tenha caído\".

Críticas russas

A Rússia, no entanto, considerou que a intensificação dos ataques aéreos contra a capital líbia é um \"desvio grosseiro\" em relação ao mandato da ONU.

\"Mais uma vez, chegam até nós informações preocupantes da Líbia em relação a importantes ataques aéreos em Trípoli por parte das forças da coalizão\", indicou o Ministério russo das Relações Exteriores em um comunicado.

\"Trata-se de um novo desvio grosseiro em relação às resoluções 1970 e 1973 do Conselho de Segurança da ONU\", destaca o comunicado.

No dia 17 de março deste ano, a Rússia, membro permanente do Conselho de Segurança, evitou fazer uso do seu direito de veto quando foi votada a resolução 1973 que autorizou a intervenção de uma coalizão internacional na Líbia.

A partir de então, Moscou tem criticado fortemente os bombardeios da coalizão, considerando que extrapolam o mandato definido pelas Nações Unidas.

A França anunciou o envio de helicópteros de combate para efetuar ataques \"mais precisos\", enquanto Londres ressaltou que ainda não decidiu utilizar essas aeronaves.

No plano diplomático, o presidente sul-africano Jacob Zuma embarcará na próxima segunda-feira (30) rumo a Trípoli, capital da Líbia, para conversar com o líder Muammar Kadhafi sobre a possibilidade de ele deixar o poder.

Nesta quarta-feira e na quinta (26), a União Africana (UA), que nas últimas semanas tem manifestado cada vez mais abertamente a sua oposição aos ataques da Otan contra as instalações do regime líbio, realizará uma reunião de cúpula extraordinária sobre o tema.

\"Já praticamente não se respeita a letra nem o espírito (...) da resolução 1973 da ONU, que é de caráter humanitário e está baseada na responsabilidade de proteger\" a população civil, disse na semana passada o presidente da Comissão da UA, Jean Ping.

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