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Opas: epidemia histórica de dengue nas Américas eleva risco para crianças

Em diversos países da região, menores são altamente afetados por casos graves e mortes; agência regional de saúde afirma que disseminação da doença está ligada a eventos climáticos, urbanização e má gestão de resíduos

11 Dez 2024 - 22h45Por ONU News
Um profissional de saúde coleta amostras de sangue de uma mulher que já havia contraído dengue (arquivo) - Crédito: Opas/Joshua E. CoganUm profissional de saúde coleta amostras de sangue de uma mulher que já havia contraído dengue (arquivo) - Crédito: Opas/Joshua E. Cogan

A região das Américas enfrenta em 2024 a maior epidemia de dengue desde que os registros começaram em 1980.

Os países relataram mais de 12,6 milhões de casos, número quase três vezes superior ao de 2023, incluindo 21 mil casos graves e 7,7 mil mortes.

Causas e riscos da dengue

A Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, informou na terça-feira que Argentina, Brasil, Colômbia e México respondem por 90% dos casos e 88% das mortes, com o Brasil tendo a maior parcela.

O diretor da Opas, Jarbas Barbosa, declarou que "a dengue está representando um risco maior do que o normal para as crianças”. Em países como a Guatemala, 70% das mortes relacionadas à dengue ocorreram em menores.

Além disso, crianças menores de 15 anos representam mais de um terço dos casos graves em países como Costa Rica, México e Paraguai.

O diretor da Opas explicou que a situação está ligada a eventos climáticos que favorecem a proliferação de mosquitos, bem como urbanização não planejada, água acumulada ao redor de casas e má gestão de resíduos, que geram criadouros para o vetor.

Espécie de mosquito Aedes pode transmitir doenças como chikungunya, dengue e ZikaEspécie de mosquito Aedes pode transmitir doenças como chikungunya, dengue e Zika - Foto: Niaid

Uso de vacinas

Apesar dos desafios, Barbosa ressaltou que a região "não é impotente contra a dengue" e mencionou a implementação da Estratégia de Gestão Integrada para a Prevenção e Controle de Arboviroses da Opas.

Para ele, a iniciativa é fundamental para "manter os casos graves e fatais relativamente baixos por meio de um melhor gerenciamento dos pacientes".

As vacinas contra a dengue foram introduzidas em países como Brasil, Argentina e Peru, e Honduras planeja fazê-lo em 2025. No entanto, Barbosa observou que "a vacina atual não impedirá a propagação do vírus a curto ou médio prazo e não fornecerá alívio imediato perante um surto".

Oropouche: expansão geográfica do vírus

A Opas também observou um aumento nos casos de oropouche, doença causada por um arbovírus transmitido por mosquitos infectados. Em 2024, mais de 11,6 mil casos foram relatados em 12 países e territórios da região, principalmente no Brasil.

Barbosa ressaltou que "embora o surto de oropouche seja em uma escala muito menor do que a dengue, ele requer atenção devido à sua crescente disseminação geográfica fora da Bacia Amazônica, inclusive em áreas sem histórico prévio da doença”.

A possibilidade de transmissão de mãe para filho, incluindo mortes fetais e anomalias congênitas, está sendo investigada.

A Opas defende que os países devem fortalecer sua vigilância e continuar compartilhando informações, trabalhando além das fronteiras para monitorar novos casos e apoiar os sistemas de saúde a responder.

Os mosquiteiros protegem contra os mosquitos que transmitem doenças como a malária e a dengueOs mosquiteiros protegem contra os mosquitos que transmitem doenças como a malária e a dengue - Foto: Pnud/Gwenn Dubourthoumieu

Vigilância sobre a gripe aviária

Em relação ao vírus H5N1, também conhecido como gripe aviária, Barbosa disse que em 2024, 58 casos humanos foram relatados nos Estados Unidos e 1 no Canadá. Nos anos anteriores, apenas três casos haviam sido relatados em toda a região.

O H5N1 é um vírus comumente encontrado em aves, mas agora também está infectando outras espécies, como o gado leiteiro nos Estados Unidos.

Um total de 19 países das Américas relataram casos do vírus em animais este ano, e dois desses países confirmaram casos humanos.

O diretor da OPAS enfatizou que a vigilância é fundamental para rastrear o vírus e entender sua evolução.

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