Dourados – MS sexta, 17 de janeiro de 2025
29º
Saúde

ONU afirma que proteger direitos humanos é chave para fim da Aids até 2030

Em Dia Internacional, secretário-geral questiona políticas e práticas discriminatórias que afastam as pessoas de cuidados essenciais; relatório da Unaids aponta 630 mil mortes em 2023 e uma nova infecção a cada 25 segundos

01 Dez 2024 - 19h30Por ONU News
Uma jovem testou negativo para HIV em sua casa em Ndjamena, capital do Chade - Crédito: Unicef/Frank DejonghUma jovem testou negativo para HIV em sua casa em Ndjamena, capital do Chade - Crédito: Unicef/Frank Dejongh

Neste Dia Mundial de Luta contra a Aids, a ONU enfatiza que violações de direitos humanos continuam impedindo o fim da pandemia.

Para marcar a data, neste 1º de dezembro, o Programa Conjunto da ONU sobre HIV/Aids, Unaids, lançou um novo relatório que reforça a necessidade de garantir que todas as pessoas consigam acessar serviços essenciais sem medo.

A cada 25 segundos, alguém é infectado

Em mensagem, o secretário-geral das Nações Unidas disse que a meta de acabar com a Aids como uma ameaça à saúde pública até 2030 pode ser alcançada, mas para isso é preciso derrubar barreiras em diversos níveis.

António Guterres lembrou que a cada 25 segundos, alguém no mundo é infectado pelo HIV e que um quarto das pessoas que vivem com o vírus não tem acesso aos tratamentos que podem salvar suas vidas.

Para ele, leis, políticas e práticas discriminatórias que punem e estigmatizam pessoas vulneráveis, especialmente mulheres, meninas e minorias, “estão impedindo o acesso dessas populações a métodos de prevenção, testes, tratamentos e cuidados”.

O relatório do Unaids indica que dos 39,9 milhões de pessoas vivendo com HIV/Aids, cerca de 9,3 milhões ainda não têm acesso a medicamentos essenciais. No ano passado, 630 mil pessoas morreram de doenças relacionadas à Aids.

Segundo o levantamento, em pelo menos 28 países, o número de novas infecções pelo HIV está aumentando.

Protegendo os direitos de todos

Guterres lembrou que os avanços inspiradores alcançados na resposta global ao HIV/Aids foram impulsionados pela solidariedade global e pelos direitos humanos.

A diretora executiva do Unaids ressaltou que “para proteger a saúde de todos é preciso proteger os direitos de todos”.

Winnie Byanyima sublinhou a preocupação com meninas privadas de educação, impunidade para a violência de gênero, prisões relacionadas à identidade ou preferência sexual e preconceito contra certas comunidades por serem fatores que afastam as pessoas dos serviços de saúde.

Em todo o mundo, 63 países ainda criminalizam as relações entre pessoas do mesmo sexo, sendo que 10 impõem a pena de morteEm todo o mundo, 63 países ainda criminalizam as relações entre pessoas do mesmo sexo, sendo que 10 impõem a pena de morte - Foto: UNAIDS

Leis discriminatórias

Os dados apontam que 63 países criminalizavam relações entre pessoas do mesmo sexo em 2023. Nos países com essas leis, a prevalência do HIV/Aids entre homens que fazem sexo com homens é cinco vezes maior do que em países que não criminalizam essas relações.

Países que removeram leis anti-Lgbtq+ nos últimos anos incluem Angola, Moçambique e São Tomé e Príncipe.

Outra preocupação é com a violência contra minorias. A partir de outubro de 2022 até setembro de 2023, pelo menos 235 transgêneros foram assassinados na América Latina, incluindo 100 no Brasil.

Mensagem de líderes da luta contra a doença

O Unaids também afirma que medicamentos de ação prolongada, que podem ser administrados poucas vezes ao ano, têm o potencial de transformar a resposta ao HIV/Aids. Para isso, a agência defende o compartilhamento de tecnologia como forma de reduzir os preços e possibilitar a produção global.

O relatório inclui dez ensaios de líderes na resposta global à Aids, incluindo o músico britânico Elton John; o Arcebispo da Cidade do Cabo, Thabo Makgoba; o presidente da Irlanda, Michael D. Higgins; o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk; e a ex-presidente da Sociedade Internacional de Aids, Adeeba Kamarulzaman.

Elton John relatou que “enquanto o HIV for visto como uma doença ‘dos outros’, e não de pessoas ‘decentes’, a Aids não será derrotada”.

Para ele, “ciência, medicina e tecnologia podem ser o ‘quê’ para acabar com a Aids, mas inclusão, empatia e compaixão são o ‘como’.”

Deixe seu Comentário

Leia Também

Apelo de US$ 3,32 bilhões quer impulsionar resposta humanitária aos ucranianos
Ajuda humanitária

Apelo de US$ 3,32 bilhões quer impulsionar resposta humanitária aos ucranianos

16/01/2025 22:45
Apelo de US$ 3,32 bilhões quer impulsionar resposta humanitária aos ucranianos
Desemprego global deve persistir perto da mínima histórica de 5% em 2025
Desenvolvimento econômico

Desemprego global deve persistir perto da mínima histórica de 5% em 2025

16/01/2025 21:45
Desemprego global deve persistir perto da mínima histórica de 5% em 2025
FAO: Aumento de incêndios no mundo ameaça Brasil e Portugal
Clima e Meio Ambiente

FAO: Aumento de incêndios no mundo ameaça Brasil e Portugal

16/01/2025 20:45
FAO: Aumento de incêndios no mundo ameaça Brasil e Portugal
WFP alerta que 97 caminhões de ajuda alimentar foram saqueados em Gaza
Ajuda humanitária

WFP alerta que 97 caminhões de ajuda alimentar foram saqueados em Gaza

16/01/2025 18:45
WFP alerta que 97 caminhões de ajuda alimentar foram saqueados em Gaza
 Guterres diz que 2025 inicia com sinais de esperança
ONU

Guterres diz que 2025 inicia com sinais de esperança

15/01/2025 22:45
 Guterres diz que 2025 inicia com sinais de esperança
Últimas Notícias