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OMS pede facilitação de evacuações médicas e vacinação em Gaza

Representante regional da agência comenta remoção bem-sucedida de 100 pacientes em julho, mas ressalta que 10 mil pessoas com condições graves ainda precisam sair do enclave

07 Ago 2024 - 22h45Por ONU News
Uma família caminha por uma área onde as pessoas estão abrigadas nos restos de um edifício bombardeado em Gaza - Crédito: UNRWAUma família caminha por uma área onde as pessoas estão abrigadas nos restos de um edifício bombardeado em Gaza - Crédito: UNRWA

Somente na última semana de julho, a Organização Mundial da Saúde, OMS, apoiou a evacuação médica de quase 100 pacientes de Gaza com uma série de condições médicas graves, juntamente com seus acompanhantes, para a Bélgica, Espanha e Emirados Árabes Unidos.

A informação foi transmitida nesta quarta-feira pela diretora regional da agência para o Mediterrâneo Oriental, Hanan Balkhy. Em conversa com jornalistas ela mencionou que a transferência de 85 pacientes para os Emirados Árabes Unidos na semana passada foi a maior evacuação médica desde outubro de 2023.

10 mil pessoas precisam de evacuação médica

A especialista descreveu a operação como “extremamente complexa”, envolvendo o transporte de pacientes e cuidadores de várias partes de Gaza para a passagem de Karem Shalom e depois para um aeroporto israelense.

Hanan Balkhy destacou que a natureza árdua desta viagem se deve em grande parte ao fato de a passagem de Rafah estar fechada desde 6 de maio. Segundo ela, o transporte através de Rafah para o Egito teria proporcionado uma passagem “mais direta e muito menos difícil”.

A representante da OMS enfatizou que a agência tem defendido a abertura de todas as rotas possíveis, incluindo as passagens de Karem Shalom e Rafah para o Egito e a Jordânia e, a partir daí, para outros países.

Ela adicionou que é importante retomar os encaminhamentos médicos e evacuações para a Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental. Mais de 10 mil pessoas que necessitam de evacuação médica continuam em Gaza.

Mulher passa por consulta médica em GazaMulher passa por consulta médica em Gaza - Foto: UNRWA

 

Vacinação contra a poliomielite

Sobre a detecção de uma variante do poliovírus tipo 2 dentro de Gaza, Hanan Balkhy disse que “o risco para as crianças é alto” e que é preciso agir rapidamente para prevenir e conter a propagação do vírus.

Para esse fim, a OMS está trabalhando com o Ministério da Saúde e o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, em uma série de medidas, incluindo campanhas de vacinação contra a poliomielite.

Hanan Balkhy enfatizou que que é necessário um cessar-fogo, ainda que temporário, para realizar com sucesso essas campanhas. Caso contrário, há o “risco do vírus se espalhar ainda mais, inclusive além-fronteiras”, disse ela.

O comissário-geral da Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, disse que graças ao apoio da Unicef e à OMS a entidade vacinou 80% das crianças de Gaza para diversas doenças.

Phillipe Lazzarini afirmou que as equipes de saúde da Unrwa estão empenhadas em liderar a próxima campanha de vacinação contra a poliomielite para crianças com menos de oito anos de idade em Gaza.

Planos de contingência no Líbano

Balkhy reafirmou ataques mortais contra civis, entidades políticas e infraestrutura nas últimas semanas estão aumentando rapidamente os riscos de uma guerra mais ampla no Oriente Médio.

Segundo ela, “os apelos por vingança e retribuição que se seguiram a esses trágicos eventos só levarão a mais violência, morte, destruição e sofrimento para os mais vulneráveis”.

A especialista declarou que a OMS está tendo que se preparar para um aprofundamento do conflito. No Líbano, a agência enviou técnicos em emergência e suprimentos vitais para apoiar o Ministério da Saúde.

A OMS também reforçou a capacidade de 98 hospitais para gerenciamento de vítimas em massa e o pré-posicionamento de 20 kits de trauma e outros suprimentos vitais.

A diretora regional citou ainda interações com autoridades de saúde na Síria, no Irã e na Jordânia para desenvolver planos de contingência e de emergência, mas também ressaltou a esperança de que eles nunca precisem ser ativados.

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