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Dia Mundial dos Oceanos

Oceanos: “Dependência desigual sobre recursos coloca os mais vulneráveis em perigo”

Conferência da ONU sobre os Oceanos deve mostrar possibilidade de melhorar interação de forma sustentável com os mares

08 Jun 2022 - 10h45Por ONU News
Especialista do Pnud defende que a crise de saúde mostrou os riscos da degradação da natureza - Crédito: Unsplash/Giannino ParejaEspecialista do Pnud defende que a crise de saúde mostrou os riscos da degradação da natureza - Crédito: Unsplash/Giannino Pareja

O mercado de recursos marinhos, costeiros e a indústria do oceano produz cerca de US$ 3 trilhões por ano. As Nações Unidas estimam que o valor corresponde a cerca de 5% do Produto Interno Bruto global.

O Programa da ONU para o Desenvolvimento, Pnud, ressalta o foco na preservação dos oceanos como requisito essencial para o bem-estar global.

Desenvolvimento econômico

O chefe do Escritório do Índice de Desenvolvimento Humano, Pedro Conceição, enfatizou as várias dimensões para o progresso econômico em conversa com a ONU News, em Nova Iorque.

“Os oceanos são uma fonte de oportunidades econômicas para uma grande parte da população mundial. São também uma fonte de alimentação: quatro em cada 10 pessoas, em todo o mundo, dependem dos oceanos para as suas necessidades de proteínas especificamente. Os oceanos são também importantes para as pessoas porque representam uma forma de lidar com as alterações climáticas. Por exemplo, os oceanos absorvem uma grande quantidade de emissões de carbono e conseguem ajudar-nos a lidar  com  o aquecimento. Por isso, têm uma contribuição essencial para muitos aspectos da vida das pessoas.”

Este mês, os oceanos estão no foco de diversos debates: neste 8 de junho, a ONU celebra o Dia Mundial dos Oceanos e, entre 27 de junho e 1 de julho, organiza a Conferência sobre os Oceanos, em Lisboa.

Para o especialista, esta é uma oportunidade de destacar a importância de utilizar os recursos dos oceanos de forma sustentável. O Pnud também sublinha como a dependência desigual sobre recursos dos mares coloca os mais vulneráveis em perigo. 

“Se não tivermos a atenção a degradação dos oceanos podemos correr o risco destes países, destes grupos, destas populações mais dependentes dos oceanos ficarem ainda mais para trás e aumentar as desigualdades. Os oceanos são importantes para a vida das pessoas, para a economia, para a alimentação, para a redução das desigualdades e para nos ajudar a lidar com as alterações climáticas.”

Investimentos estrangeiros

Para os países em desenvolvimento, ter acesso ao oceano e às áreas costeiras permite avanços na economia, atração de investimentos estrangeiros e melhor produção na indústria. 

No turismo, cerca de 80% das atividades acontecem no litoral, numa indústria que cresce até US$ 134 bilhões a cada ano. 

No contexto pós-pandemia, Conceição diz que as decisões dos países em Lisboa podem estimular ou atrasar a retomada económica. 

O especialista defende que a crise de saúde mostrou os riscos da degradação da natureza. Para ele, a capital portuguesa deve ser uma via para continuar a fazer investimentos no setor.

“Primeiro vai nos ajudar a investir mais nos oceanos. Se olharmos para os Objetivos Desenvolvimento Sustentável, aquele que está relacionado com os oceanos, o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14, é aquele que tem tido menos investimento. Tem tido menos atenção parte das autoridades. Por isso, esta conferência vai nos ajudar a investir mais nos oceanos, a afetar mais recursos e ajudar a combater a degradação dos ecossistemas marinhos e dos oceanos de uma forma mais geral.”

Recuperação pós-pandemia

A ONU recomenda que os países atuem em conjunto, usando recursos oceânicos de forma sustentável e protegendo os mares para que sejam alcançadas as metas globais.

Além de destacar nos ganhos, o turismo sofre perdas devido ao impacto do branqueamento de corais. O  fenômeno desencadeado, pelo aquecimento da água causa prejuízos que chegam a US$ 12 bilhões por ano. 

Com a subida dos níveis dos oceanos devido ao aumento da temperatura do planeta, estima-se que o litoral e as indústrias de energia estejam em risco, juntamente com uma população de 680 milhões vivendo em áreas costeiras baixas. Até 2050, o número de pessoas em risco deve aumentar para 1 bilhão.

 

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