O presidente dos EUA, Barack Obama, passeia pelos jardins da Casa Branca nesta segunda-feira - Crédito: Foto: Reuters
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, apresentou nesta segunda-feira (14) um orçamento de US$ 3,73 trilhões para o ano fiscal de 2012, que começa em outubro, que buscará equilibrar duas agendas conflitantes: fazer dramáticos cortes nos gastos federais e investir em programas para melhorar a competitividade do país.Segundo Obama, o orçamento coloca o país no caminho para um déficit menor. \"Meu orçamento prevê investimentos que podem ajudar a América a vencer essa competição e transformar nossa economia, e faz isso com total conhecimento da situação fiscal muito difícil que enfrentamos\", disse Obama, durante a apresentação do plano.
O orçamento de Obama prevê mais de US$ 1 trilhão em cortes no déficit durante um período de 10 anos. Três quartos desse valor virão de redução de gastos e do resultado de aumentos de impostos ou eliminação de isenções fiscais atuais. Apenas em 2012, o governo propõe reduzir ou encerrar 200 programas federais, poupando US$ 33 bilhões.
Quando se tornou presidente, Obama prometeu que cortaria o déficit dos EUA pela metade até o fim de seu primeiro mandato. \"O orçamento que estou propondo hoje atende essa promessa\", disse o presidente. Segundo Obama, o governo precisa assumir responsabilidade por seus gastos e precisa \"viver dentro dos meios possíveis\". Ele alertou, porém, que o país não pode dar-se ao luxo de fazer cortes em energia renovável, infraestrutura e educação.
Se for aprovado pelo Congresso norte-americano, o plano orçamentário de Obama vai elevar os fundos para o Departamento de Educação a US$ 77 bilhões, em comparação com os US$ 64 bilhões que recebeu no ano fiscal de 2010. O dinheiro será usado para ampliar a concorrência no setor de educação e aumentar o número de professores de ciência, engenharia e matemática nas escolas.
#####Guerras
No orçamento apresentado, o presidente dos EUA propõe gastar quase US$ 110 bilhões no Afeganistão, indicando uma redução pequena da guerra dos Estados Unidos naquele país, apesar da exigência por um maior controle sobre os gastos domésticos.
No orçamento para o ano fiscal de 2012, Obama propôs gastos de apenas US$ 16 bilhões no Iraque, uma queda significativa, enquanto diplomatas norte-americanos entram no lugar das tropas de combate sob um acordo de segurança entre os dois países.
Obama previu um custo total para os EUA nas guerras em ambos os países em cerca de US$ 160 bilhões nos orçamentos propostos tanto para 2010 como para 2011.
A solicitação do orçamento 2012 de Obama para o Departamento de Estado e para a Agência para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) ficou em US$ 47 bilhões, 1% maior em relação aos níveis de 2010.
Os republicanos, que assumiram o controle da Câmara dos Deputados nas eleições de novembro, pediram por uma nova e dura revisão sobre os gastos não-militares no exterior em meio às exigências para que se controle o déficit federal do país.
Obama também propõe manter a ajuda significativa ao Paquistão a fim de armar, treinar e equipar os militares do país para combater extremistas, com cerca de US$ 1,1 bilhão para o Fundo Paquistanês de Contra-Insurgência, praticamente o mesmo valor do ano passado.
O ápice das despesas de guerra do país nos últimos anos ocorreu no ano fiscal de 2008, o último ano de George W. Bush na Presidência, quando os gastos com operações de guerra chegaram a 185 bilhões de dólares.
No total, a guerra do Iraque ainda custou mais do que o conflito no Afeganistão iniciado depois dos ataques de 11 de setembro de 2001 contra os EUA.
Com informações da Agência Estado e da Reuters
(G1)