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Namorado de brasileira morta em Portugal não foi a velório

14 Abr 2011 - 19h35
A modelo Jennifer Viturino em foto de álbum de
família - Crédito: Foto: Álbum de famíliaA modelo Jennifer Viturino em foto de álbum de família - Crédito: Foto: Álbum de família
O empresário Miguel Alves da Silva, de 31 anos, não esteve presente ao funeral da namorada, a modelo capixaba Jeniffer Viturino, de 17 anos, encerrado na tarde desta quinta-feira (14).

A jovem foi encontrada morta no pátio do prédio onde ele tem um apartamento, em Lisboa, na última sexta-feira.

A polícia portuguesa diz trabalhar com todas as hipóteses, mas nesta semana fortaleceu a de suicídio.

“Fica complicado, né. Se fosse eu num caso desses, se eu não tinha nada temer, não tinha rabo preso como se diz no Brasil (apareceria)”, afirmou o pai de Jeniffer, Girley Viturino, logo após o enterro.

Ele diz duvidar da hipótese de suicídio. “Eu não estou acusando ninguém, mas eu garanto que a minha filha não se suicidou.”

Girley afirma que os dois únicos contatos de Miguel com a família da jovem até agora foram na sexta-feira, quando comunicou a morte, e quando mandou um buquê de flores ao funeral.

O empresário, contatado pelo G1 na quarta-feira, disse que não se pronunciará, mas que enviará um comunicado à imprensa. Até as 18h20, a reportagem não tinha tido acesso ao documento.

Segundo familiares da modelo, Miguel e Jeniffer namoravam desde 2009. Na quinta-feira da semana passada, ela foi para o apartamento dele, no 15º andar da Torre São Rafael, um edifício de alto padrão na zona oriental de Lisboa. Na sexta-feira, por volta das 7h, segundo a polícia, o corpo dela foi encontrado no pátio do imóvel.

A Polícia Judiciária – equivalente, no Brasil, à Civil – diz que “não parece” ter havido “participação de terceiros” na causa da morte, mas mantém todas as hipóteses em aberto. Um familiar de Miguel diz que a menina se suicidou.

Segundo a mãe da modelo, Solange Viturino, o empresário diz que os dois dormiram separados naquela noite pois haviam terminado o relacionamento. Ele também disse, afirma Solange, ter encontrado um bilhete em que a jovem pede desculpas. A mãe reconhece a caligrafia da filha, embora ache estranha. O pai acredita que a jovem possa ter sido forçada a escrever.

Girley, que mora no Brasil, afirma que o namorado da filha lhe parecia uma pessoa educada. “Ele até me pediu a mão dela em namoro (por telefone)”, disse. O pai afirma, porém, saber de uma ocasião em que o empresário agrediu fisicamente a jovem.

Segundo Solange, antes de outubro do ano passado Jeniffer lhe contou que Miguel havia lhe agredido. Não mostrou, entretanto, marcas, nem quis ir à polícia.

Cerca de 100 pessoas acompanharam o enterro de Jeniffer, no Cemitério do Lumiar, próximo ao apartamento para o qual a família havia se mudado há menos de um mês. Uma bandeira da Câmara Municipal de Odivelas, cidade onde a modelo foi miss em um pequeno povoado, cobriu o caixão. Solange, e o irmão Johanatan Viturino, de 19 anos, pediram para não falar com a imprensa no momento.

Funcionários da escola Padre António Vieira, onde a jovem estudava, estiveram presentes. “Ainda estamos todos um bocado abalados. Ninguém está em si”, diz Rita Ramos, de 19 anos, colega de estudos da modelo, descrevendo como está a situação no estabelecimento de ensino. “Quem conhecia a Jenny não acredita que ela pudesse fazer isso.”

“Não acredito. A Jenny era a pessoa mais alegre e bem disposta que eu conhecia. Nunca a vi triste”, diz uma amiga e colega de trabalho, de 24 anos, que pediu para não ser identificada. Ao final da cerimônia, houve uma salva de palmas.

#####\'Olhar nos olhos dele\'
O gabinete de imprensa da Polícia Judiciária diz que a análise de que não parece haver ação de terceiros é feita com base nos dados iniciais da investigação – mas não esclareceu quais. A corporação informou não ter prazos para concluir o inquérito – que afirma estar em segredo de Justiça.

Segundo o Instituto Nacional de Medicina Legal (INML), um relatório preliminar sobre a análise do corpo de Jeniffer fica pronto em quatro semanas. Na última terça-feira, policiais foram requisitar formalmente fitas do circuito interno de TV do prédio. Uma moradora, ouvida pelo G1, diz que não ouviu barulho de queda e não viu poça de sangue próximo ao corpo da jovem.

Girley critica o silêncio do namorado da filha. “O Miguel só ligou para a Solange para dizer que a Jeniffer estava morta”, disse ao fim do enterro. Já que ele diz que estava sozinho com a minha filha no apartamento, gostaria de ver a única pessoa que estava viva nesta história”, afirmou. “Eu gostaria, com certeza, olhar nos olhos dele.”


######(G1)

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