ONU está pronta para atuar com o governo interino sírio em relação ao cumprimento das ideias e dos passos em favor de uma transição política - Crédito: ONU/Nabil Midani O enviado especial das Nações Unidas para a Síria revelou nesta quarta-feira que em meio a uma realidade de “oportunidades e perigos reais”, a organização reforça sua presença e experiência para instalar uma missão política em Damasco.
No Conselho de Segurança, em Nova Iorque, Geir Pedersen disse que um planejamento ativo está em andamento para garantir que sejam cumpridas as etapas relacionadas a um possível apoio a uma transição “credível e inclusiva”.
Governo interino consolidando a autoridade
Segundo o representante, tanto os sírios como a comunidade internacional precisam “transitar bem para a próxima fase”, na qual a ONU está pronta para fazer o que estiver ao seu alcance para “facilitar, ajudar e apoiar o processo”.
Em primeiro lugar, ele apontou que o governo interino continua trabalhando para estruturar e consolidar sua autoridade. No entanto, o país mostra sinais de instabilidade em áreas controladas pela atual gestão.
Atividades de auxílio da ONU continuam sendo realizadas em grande escala - Foto: © WFP/Emad Etaki
Geir Pedersen disse haver áreas significativas fora do controle do governo interino onde o conflito continua. Segundo ele, existem ainda “ameaças muito reais à soberania, unidade e integridade territorial da Síria” atribuídas à ação do grupo terrorista Isil.
Num contexto de necessidades urgentes, Pedersen diz acreditar que o rumo a seguir para a transição política síria “não é claro” e devem ser considerados os elementos positivos e as preocupações que as populações expressam.
Transição política
O representante disse estar pronto para atuar com o governo interino em relação ao cumprimento das ideias e dos passos em favor de uma transição política credível e inclusiva, que já foram debatidos e iniciados.
Na sessão do Conselho, o subsecretário da ONU para Assuntos Humanitários, Tom Fletcher, destacou os desafios verificados nos contatos que manteve recentemente com o governo interino e civis na capital Damasco, além de visitas às cidades de Homs, Alepo e Idlib.
Primeiro, o chefe humanitário observou "a obrigação de preservar e reconstruir serviços essenciais”, perante um total de 13 milhões de pessoas enfrentando insegurança alimentar aguda.
Movimento sob condições extremas de inverno
Além disso, ele apontou que é preciso proteger os civis. Somente em novembro e dezembro retornaram milhares de deslocados, mas 620 mil continuam em movimento sob condições extremas de inverno em muitas partes do país.
Geir Pedersen disse que um planejamento ativo está em andamento para garantir que sejam cumpridas as etapas relacionadas a um possível apoio a uma transição - Foto: ONU/Rick Bajornas
O coordenador humanitário das Nações Unidas alertou ainda sobre a ameaça de que mulheres e meninas sejam marginalizadas no processo de transição.
Tom Fletcher disse que recebeu garantias claras do governo interino de que o direito humanitário internacional será respeitado, os civis protegidos e as organizações humanitárias autorizadas a operar livremente.
Na reunião, ele anunciou que foi colocado ao dispor da Síria um valor adicional de US$ 8 milhões, totalizando US$ 20 milhões doados pelo Fundo Central de Resposta a Emergências em apoio à escalada das operações humanitárias na Síria.
No terreno, as atividades de auxílio continuam sendo realizadas em grande escala através da passagem de fronteira com a Turquia, apesar dos desafios ao movimento em áreas do nordeste.
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