
O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, divulgou o documento Alerta Infantil, esta terça-feira, 17 de maio, chamando a atenção para o aumento do total de crianças sofrendo com desnutrição severa.
São 10 milhões de menores, ou 2 entre 3, que não têm acesso a tratamentos essenciais ou alimentos terapêuticos prontos para o consumo.
Fatores diversos
Crianças com baixo peso para sua altura acabam tendo um sistema imunológico fraco. No mundo todo, uma entre cinco mortes de crianças abaixo de cinco anos acontece por este problema.
A diretora-executiva do Unicef, Catherine Russell, declarou que “mesmo antes da guerra na Ucrânia, as famílias já estavam com dificuldades de alimentar seus filhos, devido a conflitos, mudança climática e pandemia de Covid-19”.
O Unicef faz um alerta sobre uma combinação de choques globais: guerra na Ucrânia, economias com dificuldades de recuperação pós-pandemia e condições de seca severa em alguns países devido à mudança climática. Isso tudo tem criado condições para um aumento significativo no nível global de desnutrição severa.
Alta dos preços dos alimentos
Os preços dos alimentos terapêuticos prontos para o consumo devem aumentar até 16% nos próximos seis meses devido à alta dos custos da matéria-prima.
Com isso, a agência da ONU prevê que mais 600 mil crianças fiquem sem acesso a este tipo de tratamento.
A diretora do Unicef explica que para milhões de crianças, os sachets com uma espécie de pasta nutricional “fazem a diferença entre a vida e a morte”.
Russell destaca que no fim da cadeira global de alimentos, “existe uma criança desesperadamente desnutrida”, que precisa de ajuda.
O Sul da Ásia é a região com mais casos, seguida por África Subsaariana. O relatório nota que nações como Uganda, onde a situação é estável, houve uma alta de 40% dos casos desde 2016, puxada pelo aumento da pobreza e insegurança alimentar, além de períodos de seca.
O Unicef está pedindo aos governos para aumentarem o financiamento a projetos de combate em pelo menos 59%, para que todas as crianças, que estão extremamente magras, para a sua altura, recebam tratamento em 23 países onde o problema é maior.
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