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Mundo tem 1 bilhão de pessoas com deficiência excluídas de tecnologias de apoio

OMS e Unicef querem avanços para que grupo beneficie de serviços de educação, saúde e assistência social

16 Mai 2022 - 14h30Por ONU News
Meninas com deficiência jogam basquete na República Democrática do Congo - Crédito: © UNOCHA/Maxime NamaMeninas com deficiência jogam basquete na República Democrática do Congo - Crédito: © UNOCHA/Maxime Nama

Um novo relatório destaca que quase 1 bilhão de adultos e crianças com algum tipo de deficiência estão excluídos do acesso a tecnologias de apoio. 

No total, existem mais de 2,5 bilhões de pessoas carecendo de meios como cadeiras de rodas, aparelhos auditivos ou aplicativos de auxílio para a comunicação e cognição.

Tecnologias 

Em nova publicação, apesentada esta segunda-feira, agências da ONU recomendam que seja dada prioridade à melhoria do acesso a sistemas de educação, saúde e assistência social para enfrentar a situação. 

O Relatório Global sobre Tecnologia Assistiva sugere ainda que seja assegurada disponibilidade, segurança e eficácia, ao lado da acessibilidade a esses meios. A aposta deve incluir a diversificação, o avanço da capacidade desta força de trabalho e o envolvimento ativo dos usuários de tecnologia e suas famílias.

As recomendações da Organização Mundial da Saúde, OMS, e do Fundo da ONU para a Infância, Unicef, são feitas a governos, ao setor industrial e à sociedade civil.

Países de baixa e média rendas concentram a maioria dos excluídos ao acesso aos produtos de apoio. No grupo de nações há casos em que a cobertura chega a 3% das pessoas que precisam, em contraste com cerca de 90% nos países ricos.

O estudo inédito ressalta um déficit global e de acesso a produtos assistivos. O trabalho fornece indicações para expandir a disponibilidade e o acesso, além de defender o aumento da conscientização sobre o tipo de necessidade e da inclusão para melhorar a qualidade de vida de milhões de pessoas.

Potencial 

Para o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, OMS, Tedros  Ghebreyesus, negar o acesso à tecnologia assistiva não é apenas uma violação dos direitos humanos, mas “economicamente míope”. O apelo feito aos países é que financiem e priorizem o acesso à tecnologia assistiva e deem a todos a chance de viver de acordo com seu potencial”.

A diretora executiva do Unicef, Catherine Russell, disse haver 240 milhões de crianças com deficiências. Sem direito aos produtos essenciais para progredir, elas são afetadas em níveis individual, familiar e comunitário.

A chefe da agência declarou que sem acesso à tecnologia assistiva, as crianças com deficiência continuarão a perder a educação, seguindo em maior risco de trabalho infantil e sujeitas ao estigma e à discriminação, que minam sua confiança e bem-estar.

Prevalência 

O relatório observa que até 3,5 bilhões de pessoas precisarão de um ou mais produtos de apoio até 2050. As razões para o aumento incluem o envelhecimento da população e a prevalência de doenças não transmissíveis em todo o mundo.

A acessibilidade financeira é uma grande barreira, observa o relatório. Cerca de dois terços das pessoas com produtos de apoio relataram ter feito pagamentos diretos e que contaram com a família e amigos para apoiar financeiramente suas necessidades.

Pesquisas anteriores observam que as principais barreiras são falta de conscientização e de preços inacessíveis para serviços, produtos de qualidade, variedade e quantidade inadequadas, desafios para compras e cadeia de suprimentos.

Os benefícios de produtos assistivos envolvem a melhoria da saúde, do bem-estar, da participação e da inclusão de usuários.

Emprego 

Com uma qualidade garantida, segura e acessível um melhor cenário permitiria baixar custos de saúde e bem-estar, como internações hospitalares recorrentes ou benefícios estatais. Outra vantagem seria ter uma força de trabalho mais produtiva, estimulando indiretamente o crescimento econômico.

O acesso à tecnologia assistiva para crianças com deficiência é frequentemente o primeiro passo para o desenvolvimento infantil, acesso à educação, participação em esportes e vida cívica e melhor preparação para o emprego.

A publicação ressalta que crianças com deficiência têm desafios adicionais devido ao seu crescimento. A situação requer frequentes ajustes ou substituições de seus produtos de apoio.

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