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Mulheres são maioria na saúde e cuidados, mas ganham 24% menos que homensDiscri

Lacuna salarial aponta para discriminação de gênero, já que área é majoritariamente feminina

14 Jul 2022 - 16h30Por ONU News
Profissional de saúde de uma clínica no norte da Caxemira enfrenta temperaturas congelantes e neve para vacinar pessoas que vivem em áreas remotas da Índia - Crédito:  UNICEF/NandaProfissional de saúde de uma clínica no norte da Caxemira enfrenta temperaturas congelantes e neve para vacinar pessoas que vivem em áreas remotas da Índia - Crédito: UNICEF/Nanda

As mulheres que trabalham no setor de saúde e cuidados ganham quase 25% menos do que os homens. A diferença salarial, destacada no novo relatório publicado por agências da ONU, é maior que em outros setores econômicos.

O estudo, divulgado nesta quarta-feira, pela Organização Internacional do Trabalho, OIT, e pela Organização Mundial da Saúde, OMS, revela que a lacuna bruta é de 20%, mas fatores como idade, educação e tempo de trabalho fazem o número subir.

Discriminação contra mulheres

Embora grande parte dessa disparidade não tenha uma explicação única, as agências apontam para discriminação contra as mulheres, que representam quase 70% dos profissionais de saúde e assistência médica no globo.

O relatório também revelou que os salários na área da saúde tendem a ser mais baixos em geral quando comparados com outros setores. A análise confirma a constatação de que os pagamentos geralmente são mais baixos em áreas nas quais as mulheres são maioria.

Além disso, mesmo com a pandemia e o papel crucial desempenhado pelos profissionais de saúde durante a crise, houve apenas pequenas melhorias na equidade salarial entre 2019 e 2020.

De acordo com a diretora do Departamento de Condições de Trabalho e Igualdade da OIT, Manuela Tomei, o setor de saúde tem sofrido com os baixos salários em geral, disparidades salariais grandes e condições de trabalho muito exigentes. 

Ela avalia que a pandemia da Covid-19 expôs claramente esta situação, ao mesmo tempo que demonstrou o quão vital o setor e os seus trabalhadores são para manter “famílias, sociedades e economias em funcionamento”.

Mães trabalhadoras 

O relatório também encontrou uma grande variação nas disparidades salariais entre homens e mulheres em diferentes países, indicando que elas não são inevitáveis e que mais pode ser feito para diminuir a lacuna. 

Dentro dos países, os fossos salariais entre homens e mulheres tendem a ser maiores nas categorias financeiramente mais altas, postos ocupados majoritariamente por homens. Já as categorias salariais mais baixas têm mais mulheres.

Segundo o relatório, as mães que trabalham no setor de saúde sofrem desafios adicionais, com a diferença de vencimentos entre homens e mulheres aumentando significativamente durante os anos reprodutivos e persistindo pelo resto de sua vida profissional.

Recuperação pós-pandemia

Manuela Tomei expressou esperança de que o relatório estimule o diálogo e a ação política, pois não haverá recuperação pós-pandemia inclusiva, resiliente e sustentável sem um setor de saúde e assistência mais forte.

Para ela, não podemos ter serviços de saúde e assistência de melhor qualidade sem condições melhores de trabalho, incluindo salários mais justos, para profissionais de saúde e assistência, a maioria dos quais são mulheres.

O diretor da força de trabalho em saúde da OMS, Jim Campbell, acrescentou que o relatório contém histórias de sucesso em vários países, incluindo aumentos salariais e compromisso político com a equidade na remuneração, que apontam o caminho a seguir.

Ele explica que as mulheres constituem a maioria dos trabalhadores no setor de saúde e assistência, mas em muitos países “os vieses sistêmicos” estão resultando em lacunas salariais danosas contra elas.

Campbell acredita que as evidências e análises do relatório devem informar governos, empregadores e trabalhadores para que tomem medidas efetivas contra o problema.

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