O presidente da Tunísia, Zine al-Abidine Ben Ali, em pronunciamento divulgado em cadeia de TV
- Crédito: Foto: Reprodução / Reuters
O Ministério do Interior da Tunísia, temido havia muito tempo por seu papel como aparato da repressão, espera que sua nova página no Facebook ajude a apaziguar as relações com os cidadãos do pais.A medida representa uma mudança radical do órgão, que tentou eliminar as redes sociais durante as revoltas do mês passado, que forçaram a renúncia do presidente Zine al-Abidine Ben Ali e provocaram uma onda de manifestações no mundo árabe.
\"Queremos criar uma nova forma de comunicação com os tunisianos, que ofereça transparência total e informação instantânea\", disse nesta sexta-feira (18) um porta-voz do ministério à Reuters.
\"Estamos muito interessados nas opiniões das pessoas pelo Facebook e estamos tentando escutar todos os tunisianos\".
O menor país da África do Norte viveu um período de instabilidade depois que um homem ateou fogo no próprio corpo em protesto contra as autoridades, desencadeando uma revolta que provocou a fuga de Ben Ali à Arábia Saudita e incentivou uma revolução semelhante no Egito.
Ben Ali, que assumiu o poder em 1987, é visto por muitos como um líder opressor que se apoderou dos recursos públicos. Eleições para substituí-lo devem ser realizadas em julho ou agosto.
Dias após a criação do novo site no Facebook, mais de 110 mil pessoas aderiram à página, que recebeu milhares de mensagens, desde pedidos para a dissolução da polícia política até uma sugestão para que não seja permitido que vendedores com carrinhos de mão passem livremente pela capital congestionada.
(G1)