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Militares dizem que não vão tolerar continuação das greves no Egito

19 Fev 2011 - 08h35
Praça Tahrir, no Cairo, lotada nas celebrações desta sexta-feira - Crédito: Foto: ReutersPraça Tahrir, no Cairo, lotada nas celebrações desta sexta-feira - Crédito: Foto: Reuters
O conselho militar que comanda interinamente o Egito após a queda de Hosni Mubarak disse nesta sexta-feira (18) que não vai tolerar a continuação das greves que, segundo os militares, estão prejudicando a economia do país.

O recado foi dado em um comunicado lido na TV estatal, no dia em que dezenas milhares de egípcios comemoraram na Praça Tahrir, no Cairo, o \"Dia da Vitória\", uma semana depois da renúncia do presidente Hosni Mubarak, após 30 anos de governo autocrático.

A manifestação foi organizada pelos mesmos grupos que convocaram os protestos iniciados em 25 de janeiro que duraram 18 dias e causaram pelo menos 365 mortos em confrontos entre manifestantes e a polícia.

O ambiente na praça e nos arredores foi festivo e pacífico. Lojas vendiam bandeiras e cartazes que louvavam o que os egípcios não duvidam em chamar de revolução.

\"É uma festa, estamos muito felizes, Mubarak foi embora. Acho que vamos voltar todas as semanas, todas as sextas-feiras\", disse Naser Mohamed, de 50 anos.

O teólogo catariano de origem egípcia xeque Yusef al Qardaui, muito influente no mundo árabe, pediu aos líderes árabes que ouçam seu povo e empreendam um \"diálogo construtivo\" durante um sermão pronunciado na praça.

\"Eu falo aos dirigentes árabes: não detenham a História. O mundo mudou, o mundo avança e o mundo árabe mudou do interior\", afirmou.

Transição militar
O poder foi entregue a uma junta militar que dissolveu o Congresso, cancelou a Constituição da era Mubarak e se comprometeu a realizar reformas constitucionais e pavimentar o caminho para eleições democráticas em um prazo de seis meses.

A manifestação desta sexta foi sendo encarada como um \"teste\" para os militares neste momento de transição.

Grupos oposicionistas vão se organizando para as eleições, previstas para no máximo seis meses, e pressionam a junta pela libertação de presos políticos e remoção do estado de emergência.

\"Nós concordamos com que o Exército fixasse as normas para as celebrações de hoje\", disse Ahmed Naguib, um membro de coordenação de uma coalizão de jovens e grupos políticos pró-democracia.

#####Irmandade Muçulmana
A Irmandade Muçulmana, a força política de oposição mais bem organizada do Egito, instou os egípcios a saírem às ruas para proteger a revolução daqueles que possam tentar pervertê-la em busca de benefícios próprios.

O líder da Irmandade, Mohamed Badie, disse que a revolução começou a dar frutos e os egípcios não deveriam dar \"brechas a oportunistas para sequestrá-la e às suas realizações\".

Badie reiterou que o grupo não disputará a Presidência do país nem buscará uma maioria parlamentar nas eleições.

Os protestos que derrubaram os governos do Egito e da Tunísia espalharam-se para mais países da região, provocando uma onda de violenta repressão, que foi criticada pelo presidente dos EUA, Barack Obama.

####Bens de Mubarak
Cerca de 450 mil pessoas participaram de um abaixo-assinado, lançado no início da semana


na internet, pela ONG Avaaz, para pedir aos países do G20 o congelamento dos \"bilhões de dólares\" do presidente egípcio deposto Hosni Mubarak, que estariam depositados em seus bancos.



(G1)

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