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Mais de 266 mil violações graves contra crianças ocorreram em áreas de conflito

Estudo do Unicef entre 2005 e 2020 aponta que violência foi cometida em 30 locais; apenas entre 2016 e 2020, a média de violações foi de 71 casos por dia

28 Jun 2022 - 17h45Por ONU News
Crianças brincam no recreio na República Democrática do Congo - Crédito:  UNICEF/Gwenn DubourthoumiCrianças brincam no recreio na República Democrática do Congo - Crédito: UNICEF/Gwenn Dubourthoumi

Um novo estudo do Fundo das Nações Unidas para Infância, Unicef, revela que entre 2005 e 2020 foram verificadas mais de 266 mil violações graves cometidas contra crianças em mais de 30 situações de conflito na África, Ásia, Oriente Médio e América Latina.

Embora alto, o Unicef acredita que esse número seja apenas uma fração das violações que tenham de fato ocorrido, pois restrições de acesso e segurança, vergonha, dor e medo, que as crianças e familiares sofrem muitas vezes dificultam a denúncia, dos crimes contra crianças em áreas de conflito armado.

25 anos de conflitos

Entre 2016 e 2020, uma média de 71 violações graves foram verificadas contra crianças todos os dias.

O relatório constatou que nos 25 anos estudados, mais de 104 mil crianças foram confirmadas como mortas ou mutiladas em situações de conflito armado, outras 93 mil crianças foram recrutadas e usadas pelas partes em conflito e pelo menos 25 mil crianças foram sequestradas.

Pelo menos 14 mil crianças foram vítimas de estupro, casamento forçado e outras formas graves de violência sexual. As Nações Unidas ainda verificaram mais de 13 mil incidentes de ataques contra escolas e hospitais e 14,9 mil incidentes de negação de acesso humanitário para crianças desde 2005.

Para a diretora executiva do Unicef, Catherine Russell, o relatório expõe “o fracasso do mundo em proteger suas crianças de graves violações em conflito armado”.

Ela adiciona que graves violações arrasam crianças, famílias e comunidades, rasgam o tecido social e dificultam a restauração e manutenção da paz, segurança e estabilidade.

Catherine Russell declarou que violações contra crianças não podem ser um resultado inevitável da guerra.

Resultados do estudo

O número cada vez maior de atores armados não estatais, o desenvolvimento e uso de novos métodos de guerra, o uso de artefatos explosivos improvisados e outras armas explosivas, particularmente em áreas povoadas, são apenas alguns dos muitos fatores que contribuem para a criação de desafios sem precedentes para a proteção de crianças em situações de conflito armado.

O relatório também afirma que crianças de origem mais pobre ou vulneráveis, como refugiadas, deslocadas internas e crianças indígenas, continuam sob maior risco de graves violações. Segundo o Unicef, os dados separados por sexo disponíveis indicam que os incidentes verificados de violações graves afetaram predominantemente meninos.

Por exemplo, em 2020, os meninos representaram 73% de todas as crianças vítimas, com a grande maioria, ou 83%, sendo recrutadas por grupos armados. Na sequência, eles são 76% das vítimas de sequestro e 70% dos assassinados e mutilados.

Afeganistão, Israel e Territórios Palestinos

Em comparação, as meninas representavam um quarto de todas as crianças vítimas, sendo 98% vítimas de estupro e outras formas graves de violência sexual.

Entre 2016 e 2020, 82% das mortes, ou cerca de 41,9 mil crianças, ocorreram em apenas cinco situações. O conflito no Afeganistão deixou 30% das vítimas; 14% estavam em Israel e Territórios Palestinos. Síria e Iêmen somaram 13% cada e a violência na Somália é responsável por 9% do total.

O uso de armas explosivas, principalmente em áreas populosas e de grande alcance, é uma ameaça persistente para as crianças e suas famílias.

Somente em 2020, armas explosivas e restos explosivos de guerra foram responsáveis por pelo menos 47% de todas as mortes de crianças, resultando em mais de 3,9 mil crianças mortas e mutiladas.

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