
A Organização Mundial da Saúde, OMS, diz que mais de 700 mil pessoas, que estavam abrigadas em acampamentos da cidade de Goma, estão novamente deslocadas com a piora da violência no leste da República Democrática do Congo.
Com medo dos confrontos, elas estão procurando áreas periféricas ou países vizinhos, buscando comida, água potável, cuidados médicos, cobertores e proteção.
Protestos violentos
Quase uma semana após o M23 ter ocupado pontos de Goma, que é a capital de Kivu do Norte, a população saiu às ruas de Kinshasa, capital da RD Congo, em protestos violentos.
Rebeldes avançam agora para o sul em direção à cidade de Bukavu, a capital de Kivu do Sul - Foto: Radio Okapi
A situação continua muito volátil e as informações são pouco claras sobre a dinâmica do conflito e o controle do território. Há relatos de muitos corpos espalhados pelas ruas de Goma. Mais de 700 mortes e quase 3 mil feridos foram confirmados desde sexta-feira.
Vítimas civis
Serviços básicos como água e internet ainda estão suspensos em Goma. Hospitais foram bombardeados e a energia elétrica foi restaurada após seis dias às escuras.
O administrador do Programa da ONU para o Desenvolvimento, Pnud, Achim Steiner, pediu que os envolvidos no conflito priorizem o diálogo, defendam o direito internacional humanitário e busquem uma resolução pacífica para a crise.
Ele reiterou o empenho da agência em apoiar os congoleses, não apenas na resposta aos desafios imediatos de segurança, mas também na proteção de ganhos de desenvolvimento e preparação das bases para a paz e prosperidade a longo prazo.
Hospitais sobrecarregados e serviços básicos
Em rede social, o Fundo da ONU para a Infância, Unicef, informou que forneceu kits de emergência a vários hospitais em Goma para tratar mais de 50 mil afetados pela piora do conflito no leste congolês.
Soldados de paz patrulham Goma, no leste congolês, após a invasão da cidade por forças rebeldes - Foto: MONUSCO/Aubin Mukoni
Já o subsecretário-geral de Assistência Humanitária, Tom Fletcher disse que as necessidades humanitárias são enormes após os recentes confrontos nessa área.
Em meio a hospitais sobrecarregados e serviços básicos paralisados, ele disse que a violência e os saques limitam a capacidade de resposta humanitária e pediu que os civis sejam protegidos e alcançados pelo auxílio.
De acordo com agências, os rebeldes avançam agora para o sul em direção à cidade de Bukavu, a capital de Kivu do Sul, com plano de chegar até Kinshasa e tomar o país.
O movimento M23 foi criado em 2012 e, depois de alguns revezes, ressurgiu em 2022, tomou partes do leste congolês causando uma grande crise de deslocamento.
Representantes da ONU pediram ao Ruanda que cesse todo o apoio que tem dado ao grupo rebelde e que uma solução pacífica seja encontrada para o fim dos confrontos.
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