O líder líbio, Muamar Khadafi, durante uma
entrevista à BBC - Crédito: Foto: Reprodução / BBC
O ditador líbio, Muammar Kadhafi, afirmou em uma entrevista ao jornal italiano Il Giornale que os rebeldes perderam a batalha e que tem o apoio do povo, além de ter declarado que sente-se \"traído\" pelo chefe de governo italiano, Silvio Berlusconi.\"Não restam esperanças para eles, é uma causa perdida\", afirmou Kadhafi ao enviado especial do jornal de propriedade da família Berlusconi. \"Os rebeldes têm duas possibilidades: render-se ou fugir\", acrescentou o dirigente líbio, que acusou as forças rebeldes de \"usar os civis como escudos humanos, inclusive as mulheres\".
Sobre a possibilidade do conflito terminar em \"banho de sangue\" nas cidades que ainda estão nas mãos dos rebeldes, Kadhafi afirmou que o objetivo é \"combater o terrorismo\". \"Por isso avançamos tão rapidamente, para evitar massacres\", disse.
\"Se eles se renderem, não vamos matá-los\", afirmou o coronel líbio, que destacou que a ordem dada a suas tropas é de \"cercá-los\".
Kadhafi descartou qualquer negociação com as forças insurgentes. \"Dialogar? Com quem? Não é possível negociar com terroristas próximos de Osama bin Laden. Eles mesmos não acreditam no diálogo, pensam apenas em combater e em matar, matar e matar\".
\"A comunidade internacional não sabe o que acontece de verdade na Líbia. O povo está comigo, o resto é propaganda\", declarou Kadhafi.
Para o coronel, a população de Benghazi, chamada de \"capital\" dos rebeldes, \"tem medo destas pessoas e por isso é preciso libertá-la\". \"As pessoas nos pedem uma intervenção, nos dizem libertem-nos dos grupos armados\", completou.
O ditador líbio admitiu ainda que está \"muito decepcionado\" com a Europa, em particular com a Itália, antiga potência colonial e maior sócio comercial da Líbia. \"Estou muito contrariado, me sinto traído, não sei o que dizer de Berlusconi\", afirmou. \"Não tenho mais contatos com a Itália, nem com Berlusconi\", completou.
Sobre a presença de importantes grupos italianos na Líbia, incluindo a gigante do petróleo Eni, advertiu que espera \"que o povo líbio revise seus laços econômicos e financeiros com o Ocidente\".
(G1)