
As enchentes alagaram minas no estado de Queensland, paralisando instalações que produzem 35% das estimadas 259 milhões de toneladas de carvão exportadas pela Austrália. O país responde por dois terços do suprimento mundial de carvão coque, necessário para fabricação de aço.
\'Há alguns aspectos da reconstrução da infraestrutura que vão requerer, potencialmente, vários anos\', disse o general Mick Slater, chefe das operações de resgate nas enchentes em Queensland, durante uma entrevista à imprensa na cidade de Rockhampton, que ficou alagada.
\'Nós ainda não sabemos como estão as coisas sob a água. Sei que rodovias, ferrovias e pontes principais estão todas avariadas.\'
Um rápido levantamento feito pela agência de notícias Reuters mostrou que a expectativa média entre os analistas é que a recuperação na produção de carvão aos níveis antes da inundação possa levar cerca de três meses.
As commodities constituem grande parte da economia australiana, de US$ 1 trilhão, e o carvão é o produto que responde pela maior parte do valor exportado. Antes das enchentes a previsão era que os impostos pagos pelo setor carvoeiro renderiam cerca de US$ 50 bilhões ao país em 2011.
\'Até que as condições meteorológicas melhorem, a situação poderá se deteriorar ainda mais. Vai levar pelo menos dois meses para que as exportações da Austrália se normalizem\', assinalou o Barclays Capital, em seu comunicado diário sobre commodities.
As enchentes, as piores do Estado nos últimos 50 anos, afetaram uma área do tamanho da França e Alemanha juntas. Três pessoas morreram e pelo menos 40 cidades estão isoladas ou parcialmente sob as águas. A estimativa é que os prejuízos cheguem a 5 bilhões de dólares.
Um mar de lama faz com que parte do melhor gado da Austrália esteja isolado nas áreas mais elevadas, como se fossem pequenas ilhas, e destruiu lavouras de açúcar e trigo. E a estação das chuvas apenas começou.
As águas estavam retrocedendo nesta sexta-feira em algumas áreas, mas inundavam outras. Autoridades dizem que mesmo depois dos alagamentos atingirem o pico, a água não vai baixar significativamente no período de até uma semana, o que deixará isolada a rodovia Capricorn, que corta a principal região de extração de carvão.
O maior porto de exportação de carvão, Dalrymple, está operando quase nos níveis normais, de 200 mil toneladas embarcadas por dia, apesar das enchentes, mas as autoridades temem que esteja apenas consumindo seus estoques para poder suprir os navios.
\'Na verdade, nós não temos nenhuma ideia no momento do que está acontecendo com a produção nas minas. Se não podemos entrar lá, não podemos mandar para embarque\', afirmou o porta-voz de Dalyrmple, Greg Smith.
O porto de Gladstone, que também tem capacidade diária de exportar 200 mil toneladas, está fechado.
O ministro de mineração de Queensland e analistas dizem que levará meses até que as minas da principal área produtora do Estado estejam operacionais.
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