
Prestes a embarcar para África, onde deve se reunir com líderes do continente, o secretário-geral da ONU pediu o “silêncio das armas” e o fim da escalada da violência na República Democrática do Congo, RD Congo.
Nesta sexta feira, António Guterres participa na Tanzânia de uma cúpula onde estarão líderes da Comunidade da África Oriental e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral. Na próxima semana, ele falará ao Conselho de Paz e Segurança da União Africana.
Respeito à integridade territorial
Em ambas as reuniões, o foco será a crise na RD Congo desencadeada pela ofensiva do grupo rebelde M23, apoiado pelas Forças de Defesa de Ruanda, o país vizinho.
Guterres chamou a situação de “profundamente preocupante” e apelou por respeito soberania e integridade territorial da RD Congo.
Para o líder da ONU, o momento é de união pela paz, com papel “ativo e construtivo” de todos os intervenientes, incluindo países vizinhos, organizações sub-regionais, a União Africana e as Nações Unidas.
Pessoas dispersas caminham por um distrito comercial em Goma - Foto: Blaise Irenge VIA Radio Okapi
Situação perigosa em Goma
Milhares de pessoas morreram ou foram deslocadas pela violência. Segundo Guterres, essa á uma situação “perigosa” dentro e ao redor de Goma, capital da província de Kivu do Norte, agora sob controle do grupo armado M23.
Na cidade, as instalações de saúde estão sobrecarregadas e outros serviços básicos como escolas, água, eletricidade, linhas telefônicas e internet estão severamente limitados.
Centenas de milhares de pessoas estão em movimento e muitos dos locais ao norte de Goma que antes abrigavam deslocados agora se encontram saqueados, destruídos ou abandonados.
O secretário-geral citou inúmeros relatos de violações dos direitos humanos, incluindo violência sexual e baseada no gênero, recrutamento forçado e interrupção de assistência vital aos necessitados.
Ciclo de violência interminável
Para Guterres, o conflito que segue agora em direção a Kivu do Sul corre o risco de “engolir toda a região”.
Ele prestou tributo a todos que perderam a vida, incluindo capacetes azuis da Missão da ONU para Estabilização da RD Congo, Monusco, e forças regionais.
O chefe das Nações Unidas expressou também sua solidariedade ao povo congolês que se tornou, “mais uma vez, vítima de um ciclo de violência aparentemente interminável”.
Ele alertou que para além do confronto envolvendo o M23, o país está sob ameaça contínua de outros grupos armados, congoleses e estrangeiros.
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