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G8 descarta ação militar na Líbia, mas quer sanções contra Kadhafi

15 Mar 2011 - 15h35
Os ministros das Relações Exteriores do G8 pediram nesta terça-feira - Crédito: Foto: Martin Bureau/AFPOs ministros das Relações Exteriores do G8 pediram nesta terça-feira - Crédito: Foto: Martin Bureau/AFP
Os ministros das Relações Exteriores do G8 pediram nesta terça-feira (15), em Paris, novas medidas da ONU para aumentar a pressão sobre o ditador líbio Muammar Kadhafi, mas o comunicado final da reunião não menciona a opção de uma zona de exclusão aérea.

De acordo com o chanceler francês, Alain Juppé, os ministros desejam que o Conselho de Segurança das Nações Unidas aumente a pressão, incluindo a adoção de medidas econômicas, contra Kadhafi.

Estados Unidos, Rússia, Alemanha, Grã-Bretanha, França, Itália, Canadá e Japão descartaram, no entanto, a opção militar contra a Líbia, como queriam Paris e Londres, deixando em evidência suas divisões diante de Muammar Kadhafi, cujas tropas continuam avançando para Benghazi, reduto das forças rebeldes.

Presidente em exercício do G8, que reúne as sete potências ocidentais mais a Rússia, a França não conseguiu convencer seus sócios sobre a urgência de obter a luz verde da ONU para lançar uma ação militar na Líbia, a fim de frear a bem sucedida contraofensiva das forças do coronel Kadhafi.

O comunicado do encontro não faz menção às propostas da França e da Grã-Bretanha de adoção de uma zona de exclusão aérea, que já era objeto de dúvidas dos Estados Unidos, Rússia e da União Europeia (UE).

\"Os ministros pedem a Muammar Kadhafi respeito às exigências legítimas do povo líbio aos direitos fundamentais, liberdade de expressão e uma forma representativa de governo\", disse Juppé.

França e Grã-Bretanha tentam há uma semana convencer seus sócios a estabelecer uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia ou de realizar ataques aéreos seletivos para enfraquecer a potência militar de Kadhafi.

\"Kadhafi está marcando pontos\", admitiu Juppé, antes de reconhecer que a comunidade internacional não poderá impedir que o dirigente líbio retome o controle de Benghazi, símbolo da insurreição.\"Hoje, não temos os meios militares porque a comunidade internacional não decidiu dotar-se dos mesmos\", enfatizou o chanceler francês.

Na quinta-feira passada, na véspera de um conselho europeu dedicado praticamente à situação na Líbia, a França foi o primeiro e único país a reconhecer formalmente a oposição a Kadhafi, ao mesmo tempo em que defendia ataques aéreos seletivos na Líbia.

\"Se tivéssemos usado a força na semana passada para neutralizar determinado número de pistas aéreas e várias dezenas de aviões, talvez a mudança desfavorável para a oposição não tivesse acontecido\", lamentou o ministro francês.

Segundo o político, os chanceleres do G8 concordaram em retomar as discussões dentro do Conselho de Segurança para obter uma resolução que aumente a pressão sobre Kadhafi. Juppé evocou a possibilidade de impor um embargo marítimo.

Na segunda-feira (14), no entanto, uma reunião do Conselho de Segurança da ONU colocou em evidência a mesma divisão do G8 em Paris e na sexta-feira passada em Bruxelas.

A Rússia considera que, antes de recorrer à força, é preciso resolver assuntos fundamentais. A Alemanha prefere aumentar a pressão política e econômica sobre o regime líbio.

O Japão indicou que a aplicação de uma zona de exclusão aérea necessita de uma justificativa. Os Estados Unidos também não se mostraram entusiasmados na hora de apoiar a iniciativa franco-britânica de ataques aéreos seletivos.

A chefe da diplomacia americana, Hillary Clinton, evocou na segunda-feira (14), em Paris, uma eventual ajuda política e econômica à oposição líbia durante uma reunião com um membro do Conselho Nacional da Transição (CNT) líbia, Mahmud Jibril, que reclamou o envio de armas. Segundo um dirigente americano que pediu anonimato, Hillary disse que estudará essa opção, mas sem fazer promessas.

Os ministros do G8 também falaram sobre as consequências nucleares do terremoto e do tsunami do Japão. (G1)

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